A promotora de justiça Ana Clézia abordou o ambulante Welson Elias Barbosa (cebolinha) de 23 anos na tarde desta quinta-feira(10) e ordenou que a polícia militar o prendesse e apreendesse sua mercadoria, Cebolinha vende cd's, dvd's e outros produtos importados em um reboque puxado por sua moto.
Em conversa com Cebolinha na delegacia, ele nos relatou chorando a forma que foi abordado:
"Eu estava vendendo um cd para uma moça próximo ao Banco do Brasil, a promotora chegou e perguntou se eu iria vender o cd pra moça, eu disse que sim, ela falou vai mesmo não! pediu pra moça ir embora e pediu pra alguns policiais que passavam no local para prender eu minha mercadoria, eu tenho uma filha pra criar, pago aluguel e cortaram minha água, todo meu recurso estava investido na mercadoria".
Em conversa com um policial civil, ele nos falou que cebolinha iria ser enquadrado por contrabando e pirataria, e só seria solto mediante fiança que seria estipulada pelo delegado.
Existem muitas pessoas que tem sensibilidade e tem bom coração, o comerciante plínio Pires me ligou e disse que colaboraria financeiramente para ajudar na fiança de cebolinha e que também conversaria com mais alguns amigos.
Eu Mário Martins estou no 3º período de Direito e professores de algumas disciplinas falam sobre a importãncia do magistrado ou profissional do Direito ter sensibilidade aos anseios da sociedade e não apenas se atentar pela norma positivada, não contesto, nem afirmo que a Dr.ª Ana Clézia está agindo fora da lei, mas peço que haja mais sensibilidade, no sentido de dar prazos para que as pessoas se adequem às leis, que haja flexibilidade com relação aos ambulantes que vendem lanches nas escolas, o desemprego é grande e muitos dependem desses pequenos comércios informais para darem o sustento da família, enquanto tem muito peixe grande que cometem irregularidades e até hoje nunca foram fiscalizados.
É grande a insatisfação da sociedade com relação às ações do Ministério Público, nossa cidade vai virar um cemitério sem eventos culturais? O que será dos profissionais e artistas? qual será o nosso lazer?
Espero que haja uma ação conjunta entre MP, governo municipal, câmara munipal e sociedade para se chegar à uma solução menos traumática.
Mário Martins