“Trata-se de um dos maiores cortes nos últimos meses. Só para a Câmara de Vereadores sou obrigado a repassar R$ 330 mil. E agora, como fica? Essas contas não fecham. A presidente Dilma faliu os municípios”.
Carlos Evandro está coberto de razão. E o pior, caso Dilma não se sensibilize diante de protestos da Federação Nacional dos Municípios e governadores, ainda está por vir. Dois fatores são determinantes para que os prefeitos de primeiro mandato ou reeleitos se assustem com o que vem por aí.
Primeiro, porque o Governo Federal sinaliza que deve prorrogar a isenção do IPI, para estimular o consumo, manter a economia aquecida e continuar a política gradativa de cortes nos juros. A queda do IPI incide diretamente no FPM, fazendo segundo o Coordenador do Cimpajeú, Albérico Rocha o que pode ser chamado de “Robin Hood ao contrário”, tirando dos pobres municípios para manter aquecido o rico empresariado do setor automotivo.
Outra questão é climática. Segundo as previsões, a água armazenada na maioria dos reservatórios das pequenas cidades sertanejas só dura até o primeiro semestre do ano que vem. Por outro lado, não há perspectiva de chuvas fortes e 2013 é tido como um ano tão difícil quanto 2012, com base nos estudos do Lamepe. Pode ser o pior ano para as prefeituras da história.
Por Nill Júnior