Diogo disse que foi pego de surpresa pela nova Lei Seca.
(Fotos: Luciano Muta)
Nervoso, sempre repetindo que não é uma pessoa má e o apelo para que os motoristas não dirijam sob efeito de álcool, o administrador de fazendas Diogo Machado Teixeira, de 36 anos, fez hoje sua primeira aparição para a imprensa. Na madrugada da última segunda-feira, ele provocou o acidente que resultou na morte do passageiro de um táxi e deixou outros dois feridos em estado grave. O administrador dirigia embriagado.Nesta quinta-feira, ele prestou novo depoimento sobre o acidente na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande. Em seguida, fez uma exigência: só conversaria com os jornalistas se fosse apenas uma declaração, ou seja, sem perguntas. Condição aceita, ele começou a falar. “Meu nome é Diogo, quero dizer que tenho profundo pesar para com as famílias das vítimas e sou uma pessoa do bem, trabalhadora e não desejo mal para ninguém. O que aconteceu foi uma fatalidade”, disse.
Na delegacia, administrador fez uma declaração aos jornalistas, sem permitir perguntas.
O administrador afirmou que tomou algumas doses, mas não precisou de qual bebida, e que foi surpreendido pela Lei Seca. Desde 29 de janeiro, a lei ficou mais rígida, impondo tolerância zero para o consumo de álcool para os condutores. Logo após as declarações, ele pediu auxílio dos policiais. “Manda eles saírem daqui”, requisitou. Depois, contemporizou: “Ah, é o trabalho deles”.
Diogo teve prisão preventiva decretada.
A tragédia - O acidente foi no cruzamento da avenida Afonso Pena, esquina com a rua Bahia. Diogo conduzia uma caminhonete Mitsubishi L-200. A colisão matou José Pedro Alves da Silva Júnior, 22 anos, passageiro do táxi. O amigo dele, Ramon Rudney Tenório Souza e Silva, 21 anos, e o motorista Sebastião Mendes da Rocha, 51 anos, sofreram ferimentos graves.
Diogo foi preso em flagrante e encaminhado à Depac Centro (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). Hoje, ele prestou o primeiro depoimento ao delegado Wellington de Oliveira, titular da primeira delegacia. Ainda no dia 11, a defesa de Diogo entrou com pedido de liberdade.
A juíza de plantão Kelly Gaspar Dutra Neves negou e converteu a prisão em preventiva, ou seja, com prazo indefinido. De acordo com o advogado Arlindo Murilo Muniz, a defesa avalia qual novo procedimento irá adotar. “Estamos estudando”, afirma. Uma possibilidade é pedir habeas corpus no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
A velocidade - Perícia realizada ontem indica que a caminhonete estava entre 60 km/h e 70 km/h. Conforme a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), a velocidade máxima permitida na Afonso Pena é de 50 km/h. Além de responder pelos crimes de homicídio doloso, lesão corporal e dirigir embriagado, Diogo ainda pode ser indiciado por duas tentativas de homicídio. O acidente foi registrado por câmeras de vigilância e as imagens auxiliam na investigação policial.
No vídeo, é possível ver um carro preto passar ao lado da caminhonete logo após a colisão. Surgiu a suspeita de racha. O delegado pede que o condutor se apresente.
Campo Grande News