EXCLUSIVO! Uma comerciante de Serra Talhada revela que foi raptada
quando tinha cerca de três no município de Serrinha, a uma hora de Feira de
Santana-BA. “Tive a infância roubada!” diz com lágrima nos olhos “Solange
Feitosa da Silva” (da Solange Modas), que acredita ter uns 33 anos.
Ela revela pela que foi raptada por um casal de ciganos
quando a mãe deixou a mesma na casa de uma vizinha. “Sofri as maiores
humilhações, fui agredida, escravizada e me usavam para pedir esmolas. Vivia de
cidade em cidade dormindo embaixo de ponte e no meio da rua”, revela.
Segundo Solange, foram cinco anos de sofrimento, quando
tinha 8 anos levou uma surra dos ciganos na cidade de Petrolândia. “Ao chegarmos
em Paulo Afonso fugi, peguei um caminhão até a entrada de Floresta, depois um
pau de arara até Serra Talhada, a primeira noite passei na rodoviária”, conta.
A partir daí virou menina de rua, mas foi acolhida por
várias pessoas que trabalham com verdura. “Eu era muita esperta no trabalho,
trabalhei em quase todo o comércio de Serra Talhada, morei em várias casas,
passei mais tempo com uma senhora que morava sozinha, a partir daí fui acolhida
por uma família, que me deu estudou até o terceiro ano”, relata.
Enquanto solteira, Solange nunca teve certidão de
nascimento, os ciganos à chamavam de Ninha, o nome “Solange” foi escolhido por
ela própria na adolescência, ao casar aos 16 anos foi registrada com o
sobrenome do esposo.
Já tinha perdido as esperanças de encontrar a família perdida
há 30 anos atrás, mas na última segunda-feira (29), conseguiu os primeiros
contatos através de uma rádio da cidade de Serrinha, por intermédio de uma
policial.
“Conversei pela rádio com uma senhora de 64 anos, ela tem
tudo para ser minha mãe, contou a minha história melhor que eu, falou dos meus
sinais das costas e no joelho. Disse que após meu sumiço me procurou
desesperadamente durante 90 dias. Depois consegui localizar meus possíveis irmãos
em São Paulo, eles mandaram fotos deles e da minha mãe pelo facebook. Tem as
mesmas características físicas, o mesmo sorriso....”diz esperançosa.
Na próxima semana ela deve viajar para a cidade de origem,
onde fará no sábado (11) um exame de DNA, o resultado sai em quinze dias. “Quero passar o dia
das mães com ela”, conclui.
Luiz Carlos