Suspeito separava leite para os filhos antes de adulteração, diz promotor


Suspeito separava leite para os filhos antes de adulteração, diz promotor

Interceptações telefônicas flagraram um dos suspeito de envolvimento no esquema de adulteração de leite pedindo a separação do produto bom para a família antes da fraude. As gravações foram feitas durante as investigações que constataram a adição de uma substância semelhante a ureia, que possui formol, no Rio Grande do Sul."Ele pedia para deixar para ele o leite bom, antes de mandar para o consumo da população o produto com a substância cancerígena", afirmou o promotor Mauro Rockenbach. As investigações levaram à deflagração da operação "Leite Compen$ado", que resultou na prisão de oito pessoas.

Também foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, que levaram a localização de cerca de 60 sacos de ureia, R$ 100 mil em dinheiro, revólveres e pistolas com respectivas munições, soda cáustica, corantes, coagulantes líquidos e emulsão para obtenção de consistência, entre outros produtos e documentos.

Cinco empresas que realizavam transporte de leite no Rio Grande do Sul são suspeitas de adicionar a substância antes de realizar a entrega à indústria. Ao todo, foi encontrada presença de formol em lotes específicos das marcas Italac, Líder, Mumu e Latvida.

Apesar da adulteração ter ocorrido durante o transporte, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) destaca que "os programas de controle de qualidade [da empresa de laticínio] devem ser capazes de detectar a prática de fraudes, adulterações ou falsificações na matéria prima que recebem".

As empresas de transporte investigadas transportaram aproximadamente 100 milhões de litros de leite entre abril de 2012 e maio de 2013. Desse montante, estima-se que um milhão de quilos de ureia contendo formol tenham sido adicionados.

Da Folha

Os problemas do leite adulterado

Para o clínico-geral Paulo Olzon, da Unifesp, a toxicidade está no formaldeído da ureia --o mesmo que conserva cadáveres.


A substância pode provocar danos no aparelho gastrointestinal e a exposição frequente tem efeito cancerígeno. O Instituto Nacional de Câncer afirma que não há níveis seguros de exposição ao formol, associado ao câncer de nasofaringe e leucemia.


Segundo Alexandre Campos, do ministério, existe o risco à segurança do consumidor. "Ele compra leite, não compra água com ureia", diz.


(MARIANA LENHARO E FILIPE COUTINHO)

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