O rugido das ruas já é contra Dilma


O rugido das ruas já é contra Dilma

Os protestos que tomam conta do Brasil há duas semanas tiveram inicialmente como foco o reajuste nas tarifas de ônibus, mas já descambam perigosamente para o Palácio do Planalto. Os jovens que lançaram em São Paulo o movimento “Passe Livre” chegaram à conclusão de que “podem mais”, haja vista terem levado às ruas, quinta-feira da semana passada, mais de 1 milhão de pessoas. E resolveram pressionar o governo federal por mudanças profundas nas áreas de saúde e educação.

A presidente Dilma Rousseff sentiu o peso da pancada e foi se aconselhar com Lula sobre como deveria proceder para enfrentar os protestos. O ex-presidente tem “know-how” em movimentos de rua porque presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo na década de setenta e nessa condição liderou a primeira grande greve que houve no Brasil durante a ditadura militar. Ele sugeriu à sua sucessora que se reunisse imediatamente com os governadores e prefeitos de capitais. (continua...)Foi exatamente o que Dilma fez em pleno dia de São João. Ela deixou o isolamento em que se encontrava e procurou ouvir também a opinião dos governadores sobre que medidas deveria tomar para enfrentar a crise que está se alastrando. A menos que os fatos provem o contrário, a receita que ela prescreveu para se contrapor ao grito das ruas está muito distante da realidade: ouvir o povo em plebiscito sobre a realização de uma “reforma política” em torno da qual não existe consenso.

Plebiscito 1 – Embora previsto na Constituição, o plebiscito quase não é usado no Brasil. O último foi sobre o desarmamento. Dilma agora quer ouvir o povo sobre a realização da reforma política, mas deveria ouvi-lo também sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos.

Plebiscito 2 – Convocar uma “constituinte exclusiva” para fazer a reforma política foi uma sugestão dada ao governo pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF. Já a outra proposta feita por ele (extinção dos atuais partidos) não encontrará guarida na Presidência da República.

A permissão – Os estudantes da Unicap que convocaram o protesto da semana passada vão tentar reprisar o ato, hoje, a partir das 14h, para não coincidir com o horário do jogo do Brasil. Mas, diferente do ato anterior, será permitida a presença de políticos e de bandeiras de partidos. No ato da semana passada, apenas um político foi visto na multidão: Raul Jungmann (PPS).

O calote – Além de ser contrário à importação de médicos estrangeiros para trabalharem no Brasil, o presidente do Sindicato dos Médicos, Mário Jorge Lobo, resolveu abrir a boca contra prefeitos do interior que contratam profissionais por um valor que não podem pagar e depois dão calote. O prefeito de Santa Terezinha, Delson Lustosa (PTB), encabeçaria essa relação.

A audiência – A Câmara de Vereadores de Garanhuns fará audiência pública, hoje, para debater a crise do Hospital Dom Moura. A ex-diretora Emília Pessoa foi afastada do cargo por decisão judicial, sob suspeita da prática de irregularidades, mas nada se provou contra ela até agora.

O alerta – Da ex-senadora Marina Silva que já conseguiu 23 mil assinaturas de apoiamento em Pernambuco para criar a sua Rede Solidariedade, pela qual disputará o governo federal em 2014: “Não acreditem em salvadores da pátria porque a pátria é uma construção de todos nós”.

A exclusão – Ninguém da bancada governista contestou essa afirmação de Cristovam Buarque (PDT-DF) feita na tribuna do Senado no dia São João: “Caiu a ficha de que o povo agora pode ir às ruas graças às redes sociais. Esse mesmo povo pagou a construção dos estádios da Copa (R$ 28 bilhões) e não vai poder entrar neles porque não tem dinheiro para comprar o ingresso”.

O factóide – À parte o ressentimento por ter sido derrotado pelo PT em duas eleições presidenciais (em 2002 para Lula e em 2010 para Dilma Rousseff), José Serra (PSDB) foi quem melhor definiu até agora a “constituinte exclusiva” proposta pela presidente para fazer uma reforma política: “factóide”.

A vítima – O ex-governador Joaquim Francisco (PSB) concorda com a realização de uma reforma política que introduza no Brasil a “verdade eleitoral”. Ele ainda se queixa, e com razão, porque obteve em 2006 mais de 70 mil votos para a Câmara Federal, foi o 15º numa bancada de 25, mas não entrou. 
Coluna Fogo Cruzado – Folha de Pernambuco – 26 de junho 

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