Os deputados federais querem pegar carona no aumento do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), garantido a partir deste mês. Eles começam a provocar o retorno do lobby no Congresso pela vinculação do vencimento dos parlamentares ao dos integrantes da Corte.
Foram rápidos, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que possibilita a garantia de a remuneração de membros dos Poderes Legislativo e Executivo subir na mesma medida que a do Judiciário já era defendida nos bastidores do Congresso e ganha fôlego agora. Com o acréscimo de quase 5% concedido aos ministros, os deputados e senadores, que estão desde 2010 sem reajuste, passaram a ganhar R$ 2,7 mil a menos que os magistrados do Supremo. (continua...)
A mudança que reajusta o salário dos ministros de R$ 28.059,29 para R$ 29.462,25 foi possível graças a uma lei aprovada em dezembro de 2012, que definia as remunerações do STF até 2015, quando o valor chegará a R$ 30,9 mil.
A partir de 2016, os aumentos serão fixados por projeto de lei enviado ao parlamento pelo Supremo. Se o rendimento dos congressistas, que hoje é de R$ 26,7 mil, acompanhar essa regra, eles ficariam sem o ônus de dar a si mesmos os aumentos, tão mal vistos pela sociedade. A expectativa, portanto, era de que a PEC fosse aprovada no ano passado
No frigir dos ovos, os homens que fazem as leis (deputados e senadores) e os que executam (Ministros) estão defendendo os próprios interesses: salários astronômicos. Enquanto a maioria dos brasileiros vive com dificuldades financeiras e sobrevivendo as custas dos programas sociais, que não passam de esmolas.
E tem mais: o Supremo Tribunal Federal está torrando R$ 1 milhão para renovar a frota dos seus ministros, que passarão a usar o modelo Azera, da Hyundai, cuja unidade custa a bagatela de R$ 130 mil. Os onze ministros daquela corte também tiveram um aumento no seu salário. Passam a embolsar R$ 29,4 mil. Joaquim Barbosa achou pouco. Quer R$ 30 mil.