Talvez já não haja mais palavras para explicar e
razões para descrever momentos que talvez devessem figurar apenas na
obscuridade doméstica. Difícil de entender para quem assiste da plateia
as cenas vividas no palco da realidade.
Tentar compartilhar a dor, a
tristeza, a revolta, talvez não seja a melhor pedida e nunca vá ser
entendida por aqueles que de fora assistem melancolicamente atônitos sem
saber e nem sentir o dissabor amargo que ficou na boca daqueles que o
viveram de perto...
Talvez cinco palavras que se pudessem serem ditas, seria o suficiente para amenizar a dor, palavras estas que não sairiam apenas da boca, mas do mais profundo da alma: Pai, eu te amo tanto...
A
sensação que nos toma, é que se o meu pai fosse pelo menos um policial,
talvez um político importante... Com tudo o que se anda divulgando a
quatro ventos na cidade, com toda a certeza os bandidos já estariam
presos e nossa alma livre para começar do zero, mas por enquanto, a
impunidade é quem reina, e eles estão soltos e nós é quem estamos
presos...