Polícia fala sobre sequestro e assassinato de Maria Alice. Família vai ao IML liberar o corpo


Polícia fala sobre sequestro e assassinato de Maria Alice. Família vai ao IML liberar o corpo

Os delegados Gleide Ângelo e Nehemias Falcão, do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) falam nesta quinta-feira, sobre o sequestro e assassinato de Maria Alice de Arruda Seabra. A entrevista coletiva está marcada para as 14h, na sede da especializada, no bairro do Cordeiro, no Recife. O corpo da jovem, de 19 anos, foi localizado na tarde desta quarta-feira, sem a mão esquerda, vestido com uma bermuda amarela e uma camiseta vermelha, e o rosto coberto por uma camisa branca. Depois de cinco dias desaparecida, foi encontrada sem vida em um canavial do Engenho Burro Velho, no km 28 da BR-101 Norte, em Itapissuma. O local foi indicado pelo padrasto da jovem, o operário de construção civil Gildo da Silva Xavier, 34, assassino confesso.
 
Agora, resta descobrir porque ele cometeu o crime. Hoje, Gildo será novamente ouvido pela delegada Gleide Ângelo. Informalmente, Gildo negou ter estuprado a vítima momentos antes do crime, assim como negou tê-la abusado durante a infância e adolescência. A polícia, entretanto, não descarta essa hipótese e trabalha ainda com a possibilidade da jovem ter sido dopada e ter chegado ao canavial inconsciente. Foram solicitados os exames sexológico e toxicológico no corpo.Esta manhã, o tio de Alice, Waldeir Arruda, foi ao Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife para liberar o corpo sepultamento. Ele informou que deseja realizar o enterro o mais breve possível, no Cemitério de Santo Amaro, onde a família dispõe de túmulo próprio. Em entrevista, Waldeir disse que o assassino se mostrava agressivo, já havia espancado a esposa, era ciumento e tinha um forte sentimento de posse sobre a enteadas, esposa e filha. O tio da vítima disse ainda que o acusado tinha um comportamento diferente na rua e que a família tinha medo de denunciá-lo.

Maria Alice teria sido deixada no canavial por volta das 17h30 da sexta-feira, cerca de uma hora e meia depois de uma ligação na qual pediu socorro à mãe. O cadáver estava a cerca de 20 metros de uma das estradas principais da plantação, com roupas do próprio Gildo. A mão esquerda, que pode ter sido cortada pelo suspeito, tinha uma tatuagem em hebraico, feita na véspera do crime, com o nome do pai de Maria Alice, o que teria despertado fúria em Gildo.

O motivo e modo como ocorreu a morte seguem desconhecidos. O corpo foi localizado com ajuda do suspeito, que chegou a chorar enquanto esteve no canavial, que fica a 50km da casa da família, no bairro da Estância.

Para a polícia, o crime foi premeditado. Gildo alugou um carro e colocou película escura horas antes de pegar Maria Alice para uma suposta entrevista de emprego. Ele também mentiu sobre onde trabalhava. O padrasto já havia sido detido na noite da segunda-feira por ocultação de cadáver e pelo crime de sequestro. Agora, também responderá por homicídio. Ao voltar para a delegacia, Gleide Ângelo disse que estava chocada com o crime se referiu ao suspeito como “monstro”.

A delegada informou a mãe de Maria Alice sobre a tragédia em um telefonema às 15h30. “Não tenho como trazer sua filha de volta. Só posso prender o culpado”, disse. Logo após ouvir a delegada, Maria José começou a chorar e gritar. Era o fim trágico de um drama familiar.

Dezenove horas de buscas

Eram 10h30 quando Gildo da Silva Xavier deixou a sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, na capital pernambucana, em direção ao município de Goiana, na Mata Norte. Algemado e sem falar nada, entrou em uma das duas viaturas deslocadas para a busca pelo corpo de Maria Alice Seabra. Na Mata Norte foram cerca de sete horas de caminhos incertos dentro dos canaviais.

O primeiro endereço apontado pelo padrasto era uma entrada à direita, às margens da BR-101, no sentido João Pessoa. O tio de Maria Alice, o comerciante Valdeir Arruda, se juntou aos policiais na busca. Uma das viaturas chegou a atolar nos caminhos enlameados indicados por Gildo, que já tinha sido levado pela polícia a canaviais de Goiana por quatro horas na segunda-feira e oito horas na terça-feira, sem sucesso.

Tensão
A operação da polícia foi acompanhada de perto por curiosos e também mototaxistas e moradores das vilas próximas aos canaviais. Mais de dez motociclistas acompanhavam a procura e alguns chegaram a dar tapas no carro em que estava Gildo, em revolta. As indicações imprecisas dadas pelo suspeito de matar Maria Alice apontavam para um local sem cana, com uma cerca. “Ele disse que veio nesse sentido, mas um carro como o dele não passaria aqui”, comentou o mecânico Josenildo Barbosa, que ajudou a polícia.

Em certo ponto da busca, os delegados decidiram voltar ao Recife para pedir reforço. O corpo foi encontrado no caminho de retorno para o Recife, quando as equipes deram um ultimato ao suspeito, que disse ter “se enganado com tantas entradas”.

Com informações de Alice de Souza e Wagner Oliveira

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