Entre os citados, estão dois ex-presidentes da Assembleia de São Paulo, cinco ex-secretários dos governos Serra (2007-2010) ou Alckmin (2001-2006 e 2011 até hoje) e políticos próximos aos dois tucanos, que se alternam no comando do governo do Estado há 17 anos.
Dos 13 mencionados, os delatores citaram claramente que três foram escolhidos em função da proximidade aos dois tucanos. São eles: Roberto Freire (PPS), aliado a Serra, e Edson Aparecido (PSDB) e José Aníbal (PSDB), aliados a Alckmin.
Como mostra reportagem de Nathan Lopes, do UOL, em praticamente todos os casos, os políticos foram escolhidos em função de uma possível ajuda que poderiam dar em relação a interesses da empreiteira ou para estreitar laços com Serra e Alckmin.
Um dos tucanos citados como recebedores de caixa dois é o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), atual ministro de Relações Exteriores do governo Michel Temer. Segundo o delator Carlos Alberto Paschoal, então diretor-superintendente da Construtora Norberto Odebrecht em São Paulo, responsável pela Casa Civil na época e tido como braço direito do tucano. "Aloysio tinha relevância no governo, no PSDB. Uma figura proeminente. Eu tinha uma certa simpatia por ele, por sua trajetória de guerrilheiro", falou Paschoal sobre o candidato do PSDB ao Senado em 2010. Ele foi eleito com 11,1 milhões de votos.
Segundo o delator, como não tinha acesso ao governador, os trâmites eram feitos com Aloysio, o "segundo homem no Estado". O secretário foi quem solicitou a doação, que foi de R$ 500 mil em caixa dois, mas não houve pedido de contrapartida, de acordo com Paschoal.