Descoberta pode explicar enigma bíblico sobre a última semana de Jesus


Descoberta pode explicar enigma bíblico sobre a última semana de Jesus

Erudito acredita que uso de calendário distinto solucionaria “contradição”
A mensagem de um dos dois últimos rolos do Mar Morto ainda não traduzidos pode conter uma pista importante para ajudar os estudiosos da Bíblia a reconstituírem a cronologia da última semana de Jesus na Terra.
Pesquisadores da Universidade de Haifa conseguiram reunir e traduzir 42 fragmentos codificados de um pergaminho que explica a estrutura de um ano, segundo o calendário de 364 dias usada pela seita judaica que vivia na região de Qumran do primeiro século. Conhecidos como “essênios”, eles viviam no deserto da Judeia e são os autores dos rolos encontrados nas cavernas, contendo 15.000 fragmentos de mais de 200 livros.
Embora esse grupo cismático de Qumran usasse um calendário de 364 dias, fato conhecido a partir de documentos antigos anteriormente traduzidos, o material que veio à luz recentemente, publicado no Journal of Biblical Literature, revela o nome hebraico de um festival que os essênios observavam a cada mudança de estação: Tekufah [período].
Em contraste com o calendário de 364 dias, os fariseus e saduceus geralmente usavam o calendário lunar, que às vezes colocava festividades judaicas em dias um pouco diferentes.
Discípulo essênio
Jim Sibley, professor na Faculdade de Israel da Bíblia, explica que Jesus e seus discípulos podem ter seguido o calendário essênio durante a última semana de Sua vida. Isso poderia explicar “a aparente discrepância” entre o relato de João 19:14 – que Jesus morreu no dia imediatamente anterior à noite da refeição da Páscoa judaica – e o relato dos outros evangelhos sobre a última refeição de Cristo ser na véspera da Páscoa.
“O sinal para os discípulos sobre onde eles fariam a ceia era um homem carregando um cântaro de água”, disse Sibley. Provavelmente os discípulos o encontraram no sudoeste de Jerusalém, o local tradicional do Cenáculo. Alguns estudiosos acreditam que nessa área moravam os essênios durante o primeiro século, deixando aberta a possibilidade de o homem ser um essênio que observava a Páscoa de acordo com a calendário de 364 dias.
“Esse essênio pode ter crido em Jesus e se juntado aos seus demais seguidores em Jerusalém”, defende o professor.
O rolo de calendário recentemente traduzido, conhecido como 4Q324d “aponta a importância dada ao calendário no primeiro século”, explica Sibley. Ele lembra que o Antigo Testamento estabelece os meses do calendário judaico, mas não estipula se os dias dos meses devem ser calculados pelo método lunar ou por um calendário de 364 dias.
Entre outras características únicas do pergaminho, destaca-se que ele foi escrito em um código e faz referências tanto a festivais judeus bíblicos quanto extrabíblicos, apontaram os pesquisadores da Universidade de Haifa, Eshbal Ratzon e Jonathan Ben-Dov.
“O calendário lunar, seguido até hoje pelos judeus, requer ação humana: os indivíduos devem olhar para as estrelas e para a Lua e reportar suas observações e outra pessoa, que detém um certo poder, deve decidir o início de um novo mês e chegada de um ano bissexto. Ao contrário dele, ter um calendário de 364 dias seria perfeito, pois, como esse número é divisível por 4 e por 7, as ocasiões especiais acabam sempre caindo no mesmo dia. Isso evita a necessidade, por exemplo, de se decidir quando será o período sabático, como costuma acontecer no uso do calendário lunar”, esclareceram os pesquisadores no artigo que escreveram sobre a descoberta.
Validade dos Rolos
Lamar Cooper, professor da Faculdade Teológica de Criswell, que ajudou a escavar uma caverna onde alguns Rolos do Mar Morto foram localizados, acredita que a última tradução “realmente entusiasma” porque revalida a utilidade dos Rolos do Mar Morto.
“Quando esses pergaminhos foram encontrados pela primeira vez [em 1947], as pessoas pensavam que não tinham valor”, disse Cooper, erudito em Antigo Testamento e arqueologia bíblica. “Ao longo dos anos, tudo o que aparece [dos Pergaminhos do Mar Morto] confirma o que a Bíblia diz”.
Os Pergaminhos (ou Rolos) do Mar Morto são manuscritos que foram encontrados entre as décadas de 1940 e 1950 em mais de dez cavernas na região de Qumran, próximas ao Mar Morto.
Os cerca de 900 pergaminhos foram registrados em papiro, pele de animal e cobre. Muitos acabaram com o tempo se quebrando em milhares de fragmentos. Seu conteúdo varia, incluindo relatos sobre as tradições, histórias e crenças judaicas, bem como livros do Antigo Testamento e relatos sobre a vida dos essênios. Com informações de God Reports
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