O texto começa esclarecendo que o promotor de vendas Wenceslau dos Santos, 37 anos, é empregado de uma empresa privada e não tem passagem criminal e descreve que ele saiu em defesa da filha pelo constrangimento ocorrido após “reiteradas provocações por parte dos adolescentes”.
A nota afirma que “não foi um simples grito” que gerou a agressão e que a lanchonete vai disponibilizar imagens para comprovar o episódio. Wenceslau afirma ainda que seu ato foi “instintivo e em legítima defesa” e lamenta a repercussão do caso.
“Se eu pudesse voltar atrás teria controlado melhor a situação, por isso peço desculpas pelo ato.”
No vídeo, gravado por um cliente da lanchonete, é possível ver parte da confusão. O homem aborda o jovem agressivamente e começa a ameaçá-lo, porque ele teria assustado a sua filha com o grito.
Enquanto o jovem pede desculpas, o homem põe o dedo na cara dele, gritando: “Tu gritou (sic) no ouvido da minha filha”. Mesmo após o adolescente se desculpar repetidamente, ele continua a discutir e segura o garoto pelo pescoço, até ser afastado por um segurança da lanchonete.
Em seguida, o homem grita várias vezes para que ninguém toque nele e continua a discussão. Em certo momento, ele dá um tapa no rosto do garoto, de 17 anos, que é retirado de lá por uma mulher e pelo segurança.
Em outro vídeo, filmado por um amigo do jovem, é possível ver que ele está na fila do caixa da lanchonete, próximo ao agressor. No que parece ser uma brincadeira, o garoto vira de costas, olha para a câmera e dá um grito dentro do estabelecimento.
A advogada de Wenceslau, Isabel Mota, aponta que o cliente dela foi demitido do emprego e a família dele tem recebido até ameaças de morte por meio das redes socias. Wenceslau tem esposa e dois filhos, que estavam presentes no momento da ocorrência.
“Eu e minha família estamos vivendo um verdadeiro inferno com as informações falsamente divulgadas”
O caso está sendo investigado pelo Departamento de Polícia da criança e do Adolescente (DPCA), onde foi instaurado um termo circunstanciado por lesão corporal. Até as 10h desta sexta-feira (4), o agressor não tinha sido intimado a prestar depoimento, mas a advogada afirmou que ela vai se apresentar espontaneamente.
“A população precisa ter cuidado, pois a violência provocada pelas informações erradas veiculadas é maior que o próprio ato [do Wenceslau]. Daqui a pouco a família vai ser linchada. Ele reconhece o erro, diz que foi um ato impensado provocado pela situação gerada pelos adolescentes, se arrepende da atitude e vai pagar pena pelo crime previsto, lesão a um menor”, aponta a advogada. (veja o vídeo abaixo).
“Informações equivocadas estão sendo lançadas a respeito do Sr. Wenceslau dos Santos acerca do caso que ocorreu em um estabelecimento comercial localizado em Boa Viagem. Trata-se de um cidadão de bem, sem qualquer passagem criminal, empregado em uma empresa privada, que após reiteradas provocações por parte dos adolescentes, saiu em defesa de sua filha pelo constrangimento ocorrido.
Já é de conhecimento de diversas pessoas que aqueles adolescentes comumente geram confusões e fazem o uso de bebida alcoólicas que são compradas no estabelecimento sito à frente. Em momento algum o Sr. Wenceslau teve qualquer intenção de gerar conflito, realizando apenas defesa de uma menor, a sua filha.
Ao contrário do que está sendo narrado, não foi um simples grito que gerou a situação, inclusive as imagens serão disponibilizadas pelo estabelecimento a fim de comprovar o episódio narrado. Situação essa que o mesmo lamenta, vez que está recebendo ameaças de morte, bem como sua esposa e seus dois filhos que estavam presentes no momento da ocorrência.
Além dos prejuízos de ordem moral, o mesmo perderá seu emprego por só estar sendo veiculado um lado da história. ‘Lamento que a situação tenha chegado a tal ponto, o meu ato foi instintivo e em legítima defesa por uma situação completamente desrespeitosa criada por aqueles adolescentes. Se eu pudesse voltar atrás teria controlado melhor a situação, por isso peço desculpas pelo ato. Ocorre que sou um pai e garanto que qualquer um em meu lugar também tomaria as atitudes necessárias. Além disso quero deixar claro que jamais tive meu nome relacionado a qualquer atitude criminosa ou homofóbica. As pessoas falam ser ter a mínima consciência do que podem causar. Eu e minha família estamos vivendo um verdadeiro inferno com as informações falsamente divulgadas. Em momento algum realizei qualquer comentário ligado a homofobia, inclusive no vídeo a pessoa que utiliza o termo veado é um terceiro’, disse o Sr. Wenceslau”.
Do G1