“Bolsonaro vai encontrar um País dividido e um segmento expressivo da
população com medo, inclusive de retaliação. E você vai ter uma série de
correligionários que vão se sentir empoderados pelo discurso eleitoral
do candidato. É importante que ele abrande o discurso e busque a união.
Um País efetivamente dividido é um País ingovernável. E é importante que
ele reafirme para todos os cidadãos que nós não teremos uma ruptura da
ordem democrática e que ele respeitará a autonomia das instituições”,
defende Ronnie Duarte, presidente da OAB-PE.
Durante a campanha, não
foram poucas as vezes em que Bolsonaro apelou a discursos autoritários.
Uma semana antes do segundo turno, mesmo liderando todas as pesquisas,
ele disse em uma fala transmitida a aliados na Avenida Paulista que o
adversário Fernando Haddad (PT) seria preso, antes de prometer uma
“limpeza nunca vista na história do Brasil”. “Essa turma, se quiser
ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão para
fora ou vão para a cadeia. Esses marginais vermelhos serão banidos de
nossa pátria”, declarou na ocasião.
Dois dias depois, em entrevista a
uma rádio do Rio Grande do Sul, Bolsonaro garantiu não ser uma ameaça à
democracia. “Pelo contrário, nós somos a garantia da liberdade e da
democracia”, assegurou. Posturas como estas serão importantes para o
sucesso do governo. Na semana passada, após um vídeo em que o filho e
deputado federal Eduardo Bolsonaro diz ser fácil fechar o STF, o agora
presidente eleito tratou de reagir para reduzir atritos. “Isso não
existe. Se alguém falou em fechar o STF, precisa consultar um
psiquiatra”, alegou.
O sociólogo Brasílio Sallum Jr., professor da
Universidade de São Paulo (USP), diz que o novo presidente precisará
reduzir as animosidades, ter a preocupação de governar para todos e
lembrar que os adversários políticos não devem ser tratados como
inimigos. “O presidente vai, de toda maneira, enfrentar uma situação
complexa e difícil. Primeiro porque carregamos há anos um déficit fiscal
forte, com nós que precisarão ser desatados, como a reforma da
Previdência. Além disso, o presidente tem hoje menos poder institucional
do que seus antecessores. Desde 2015, o Executivo é obrigado a pagar as
emendas parlamentares ao orçamento, o que era um trunfo nas negociações
com o Congresso”, lembra.
Apesar disso, um elemento nocivo já se
estabeleceu na política brasileira, de acordo com o cientista político
Michael Mohallem, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Pela
primeira vez depois de 30 anos da volta da democracia, nós temos o
elemento medo na política. E ele é uma coisa muito ruim. Mas é um dado
muito difícil de se negar. As pessoas estavam com receio de fazer
campanha. Pessoas LGBT têm medo de demonstrar afeto em público. É
preciso que as instituições funcionem, isso vale do policial da esquina
ao STF, para evitar impulsos que passem da linha”, defende.
Para
Roberto Romano, doutor em Filosofia e especialista em ética política,
Bolsonaro terá atritos inevitáveis em seu governo. Para ele, diversos
grupos que apoiaram o novo presidente, como generais, empresários e os
técnicos da área econômica e das Forças Armadas tendem a ter pautas
distintas, o que aumentará a responsabilidade do presidente. “É preciso
que ele tenha condições objetivas para encarar essas dificuldades. Para
entender a posição desses vários setores e tomar decisões que sejam
favoráveis ao País”, diz. (Via: Jc Online - Agência Brasil)
Reproduzido por Blog Tv Web Sertão
...............................................................
ANÚNCIOS WEB SERTÃO - Veja os anúncios comerciais em nosso Blog
(CLICK AQUI)
ELITE DIGITAL FESTAS E EVENTOS - Vai fazer festa?
(CLICK AQUI)
AFOGADOS VEÍCULOS.COM - Lojas, Peças e Serviços em Afogados
(CLICK AQUI)