Foi a busca por assunto sério que levou Mariah Labruna Zoni, de 17 anos, a se informar sobre política por meio das redes sociais. Natural de Goiânia, Goiás, ela passou a se interessar pelo tema por obra de influenciadores e afirmou não se considerar nem de esquerda nem de direita. “Quando alguém que conheço e me importo fala sobre notícias do país, como acontece com os influenciadores nas redes sociais, fico mais interessada e já pego a discussão acontecendo de forma relevante”, disse.
A estudante explicou sua dinâmica de informação: primeiro, surge a curiosidade por determinado assunto ligado a política por influência de personalidades da internet, em especial quando se posicionam de forma contundente sobre um tema — criticando ou elogiando. A partir desse contato inicial, ela pesquisa o assunto mais detalhadamente e acaba sendo remetida para sites na internet.
Um levantamento feito com 320 canais de política no YouTube, pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP), em agosto, mostra que, entre as gradações do espectro político, o grupo de contas associadas a grupos conservadores, de direita e ligados ao bolsonarismo é mais numeroso e tem mais seguidores. São 183 canais com 70 milhões de inscritos. O restante, que soma contas ligadas a grupos de esquerda e veículos tradicionais de informação, não passa de 103 canais e 15 milhões de inscritos.