Motorista de caminhonete alega que estava distraído mexendo no celular.
Advogado espera laudo chegar ao Fórum para tomar alguma medida.
O laudo feito pela perícia em Campo Grande confirma a história contada pelo administrador de fazendas Diogo Machado Teixeira, 36 anos, condutor de uma caminhonete que atingiu um táxi na avenida Afonso Pena. O acidente foi no dia 11 de fevereiro, quando um dos ocupantes do veículo de passageiros morreu e outros dois, entre eles o motorista, ficaram feridos.
Conforme o delegado responsável pela investigação, Wellington Oliveira, o suspeito alegava que estava distraído mexendo no celular no momento do acidente. “Tudo que ele falou condiz. Não há marca de frenagem, ou seja, em nenhum momento ele freou. Só viu o táxi quando estava em cima”, diz.
Segundo ele, o laudo reforça que a velocidade da caminhonete era de 70 km/h. “Agora, os laudos serão encaminhados para o Poder Judiciário para serem anexados nos autos do inquérito”.
Teixeira continua preso em função do acidente. O advogado dele, Renê Siufi, disse ao G1 nesta quarta-feira que espera os laudos chegarem ao Fórum de Campo Grande para estudar quais medidas tomar. Uma das possibilidades, segundo ele, é o habeas corpus.

Em entrevista ao
G1, em fevereiro, Diogo diz que a
“desatenção” foi a causa do acidente. Ele também admitiu ter ingerido
bebida alcoólica antes de dirigir, como apontou o exame de alcoolemia.
“Quatro cervejas e duas vodcas. Não estava bêbado”.
Mesmo antes da chegada dos exames da periciais, o juiz Carlos Alberto
Garcete, da 1ª vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, aceitou
denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra o condutor, que foi
acusado de homicídio com dolo eventual, porque no entendimento do
magistrado, assumiu o risco de provocar o acidente ao dirigir embriagado
e em alta velocidade.
Ele ainda vai responder pelo crime com o agravante de ter
impossibilitado a defesa das vítimas, porque segundo Garcete, não
obedeceu a sinalização de trânsito surpreendendo os ocupantes do carro.
No caso, o magistrado pode tomar três decisões, segundo informações do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul
(TJ/MS): determinar que Teixeira seja levado a júri popular, arquivar o
processo – em caso de provas insuficientes – ou desclassificar o crime
caso considere que não houve homicídio doloso.