A Folha de São Paulo publicou, ontem, nota na capa reconhecendo um lamentável erro: a maioria dos eleitores de Marina Silva, quando esta fica fora do cenário, migra para o candidato do PSB, Eduardo Campos, e não para a presidente Dilma, conforme o jornal noticiou. Eduardo herdaria 32%.
O segundo maior contingente dos eleitores de Marina, 23%, vota em branco, nulo ou em ninguém. Dilma herda 22% dos eleitores da ex-ministra e não 42%, como a Folha publicou. Quanto a Aécio Neves, o percentual real é 16% e não 21% como foi publicado no domingo passado.
O que levou um dos maiores jornais do País a cometer igual tropeço? O Datafolha tem uma larga tradição em pesquisas eleitorais e é um dos mais acreditados institutos do País, justamente porque só faz pesquisas para o próprio jornal do grupo. Os números trocados levaram colunistas e a mídia nacional em geral a fazer ilações e comentários errados. Em cima de um percentual importantíssimo – o espólio eleitoral de Marina. A grande expectativa em torno do levantamento estava restrita à migração do contingente eleitoral de Marina, para medir a sua capacidade de transferência de votos.
Se esses números saíram com as bolas trocadas, a partir de agora qualquer pesquisa do Datafolha será recebida com olhar enviesado.
Não creio, entretanto, que o jornal ou o instituto tenha agido de má-fé, para amaciar o ego do Governo, já que os maiores percentuais dos eleitores de Marina foram colocados para Dilma e não Eduardo. Prefiro concluir recorrendo à velha expressão popular de que errar humano. (Magno Martins)