Uns dizem que voltam em outros corpos para serem melhorados; outros dizem que ficam num lugar chamado purgatório até pagar tudo que devem e ir pro céu; também há outros que dizem que vão para o céu ou para o inferno de acordo com o que praticaram de bom ou de ruim na terra; há quem diga que vai para um lugar paradisíaco encontrar com mulheres lindas e virgens, muito interessante só para homens, eu creio; mas existem os que acham que há apenas nada.
Quando minha filha morreu em junho de 1987, um casal de pastores evangélicos foi à nossa casa, fazer uma visita. Mesmo sem nos conhecer eles choraram e oraram conosco. Durante a oração eu perguntei do fundo do meu coração: onde ela está agora? Como nós acreditamos no que vemos, eu via passar um filme na minha cabeça: um corpo encerado num caixão, dentro de uma sepultura, que vai se decompondo até virar pó. Eu questionava comigo mesma, é possível que seja só isso? Onde está aquela menina linda, de cabelos cacheados, olhos grandes e redondos, com sorriso angelical? Com certeza apodrecendo agora, debaixo da terra!
Eu não acreditava em Deus. Era uma católica nominal, simpatizante do espiritismo, mas completamente adepta a lógica e a ciência, dentro de um desempenho intelectual, cobrado pela sociedade e principalmente pela minha profissão de jornalista. A Bíblia era um livro velho, ultrapassado e chato de ler. E o que teria de divino, já que havia sido escrito por homens iguais a mim?
Eu insisti na pergunta dentro do meu coração: onde ela está? Então lá no coração eu ouvi uma voz que dizia: “É na Igreja”. Resisti muito, porque tinha aversão a qualquer religião, sempre achei os religiosos piegas, mas por fim virei para o pastor e disse: vou começar a ir para a Igreja.Foram 5 meses de idas à Igreja. A pergunta continuava no ar: onde ela está? Às vezes meu marido acordava de madrugada e chorando perguntava: “onde ela está”? “Agora só tem os ossinhos”. Eu não tinha resposta.
Na Igreja eu ouvi várias histórias da Bíblia e depois entendi que a fé não se compra na farmácia nem no supermercado. A fé vem através de ouvir a Palavra de Deus.
Poucos dias depois, o Pastor ensinava que Jesus disse aos discípulos que não somos nós que escolhemos a Deus, é Ele quem nos escolhe. Foi nesse momento que eu tive a grande revelação da minha vida. A voz que dizia “É na Igreja”, disse: “Eu quero você trabalhando pra mim”. Colei na cadeira e comecei chorar, o que era raro de acontecer, porque eu achava que chorar era um ato de fraqueza, o orgulho segurou muitas lágrimas, mas naquela hora houve uma descarga sobrenatural de liberdade, paz e segurança sobre a minha vida, diferente de tudo que eu conhecia.
Naquele momento eu tive um encontro com o Deus que eu achava que não existia. A morte era um inimigo vencido. Lembrei da minha filha com saudade e ternura, completamente consolada pelo Pai. Não havia mais revolta, frustração, ansiedade ou culpa, mas a certeza de que existe um Senhor soberano. Aquilo foi sobrenatural e é até hoje.
Daquele dia em diante acabou o medo da morte, Deus tem o controle da vida e da morte. Achei lógica na Bíblia, escrita por homens, mas inspirada por Deus. Ela diz “Onde está ó morte o teu aguilhão”? ( ICor 15:55).
Quando temos um encontro com Jesus, Ele nos dá vida eterna, morrer é um detalhe do corpo material e assim como Ele, ao ressuscitar, ganhou um corpo celestial, apresentado aos homens e relatado na Bíblia por centenas de testemunhas, nós também, os que crermos, receberemos um corpo semelhante, garantido na passagem de João 3:16 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu filho unigênito( para morrer na cruz) para que todo aquele que nele crer, não pereça mas tenha vida eterna”.
Tenha paz, segurança e alegria em Jesus.

Magda Wacemberg é Jornalista