Wyllys teria reagido após ser "agarrado de forma violenta", segundo a assessoria do PSol, e depois do discurso no qual Bolsonaro faz uma defesa da ditadura.
Ao votar, Bolsonaro parabenizou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e disse que "perderam em 1964 e perderam em 2016”, além de dizer que estava votando pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra.
Ustra foi o primeiro militar brasileiro a responder por um processo de tortura na ditadura. Ele chefiou o DOI-Codi do II Exército, em São Paulo, órgão de repressão política durante a ditadura militar.
Em seguida, o deputado Jean Wyllys votou não ao processo que considera uma farsa, uma prática sexista, com analfabetos políticos e vendidos.
Bolsonaro disse que Jean Wyllys apelou para baixaria, mas disse que não ia "desafiar para pancada" porque não é do seu “feitio”:
“É uma agressão, demonstra que ele não está preparado para ser deputado federal. Não representa ninguém, nem a comunidade LGBT gosta dele, a maioria dos gays votam em mim porque entenderam que minha briga foi contra o kit gay, o material escolar e não contra o Jean Wyllys. Inclusive, ele me discriminou no voo da TAM. Isso é preconceito, heterofobia.”Jean se defendeu.
"Ele cospe diariamente nos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais. Ele cospe diariamente na democracia. Ele usa a violência física contra seus colegas na Câmara, chamou uma deputada de vagabunda e ameaçou estuprá-la. Ele cospe o tempo todo nos direitos humanos, na liberdade e na dignidade de milhões de pessoas. Eu não saí do armário para o orgulho para ficar queto ou com medo desse canalha."O ato de Jean Wyllys pode ser questionado por Bolsonaro no Conselho de Ética, por quebra de decoro, com pena de cassação do mandato.