Segundo o estudo, a concentração de gás carbônico na atmosfera, antes de 2050, pode vir a favorecer a produção de mandioca na região Nordeste já que a planta é resistente aos efeitos de mudanças climáticas do planeta, mas até certo ponto.
“Nas simulações que fizemos, a mandioca fica com alta vulnerabilidade na região do Semiárido [até 2050]. Portanto, ela tende a se deslocar para regiões onde há mais água, mesmo com temperaturas elevadas”, disse o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária (SP) Eduardo Assad.
Porém, o pesquisador também afirmou que existe a possibilidade de que o Nordeste permaneça com a cultura da mandioca com uma nova técnica descoberta.
“Existe a possibilidade de a mandioca migrar para essas regiões para substituir parte da área daquelas culturas. No entanto, há a possibilidade de que a área de mandioca não seja reduzida no Nordeste, porque, como mostra o trabalho, a elevação no gás carbônico compensará, ainda que parcialmente, a redução da precipitação”, contou o pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) Jailson Lopes Cruz.
Nova técnica
O estudo também mostra que a elevação de gás carbônico atmosférico faz com que a produtividade das plantas de mandioca sem água (que não recebem irrigação normalmente, como nas regiões mais secas do Nordeste) cresça proporcionalmente mais em relação às que contam com água sob as mesmas condições.