A Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) afirma que as dívidas do MCMV com mais de 60 dias de atraso superam R$ 500 milhões e afetam ao menos 600 empresas e 200 mil trabalhadores.
No último trimestre do ano, o orçamento mensal disponível para o ministério do Desenvolvimento Regional é de R$ 89,2 milhões. Só o Minha Casa Minha Vida demandaria R$ 350 milhões por mês.
O atraso nos pagamentos diz respeito a imóveis da faixa 1, que atende famílias com renda de até R$ 1.800. No segmento, 90% do valor do imóvel são financiado com recursos do Orçamento Geral da União. Em meados de agosto, o ministério do Desenvolvimento Regional publicou portaria em que reduziu a R$ 450 milhões no ano o subsídio do governo às faixas do programa que usam recursos do fundo.
Em abril, construtoras cogitaram parar a continuidade do programa devido a um atraso estimado em R$ 550 milhões à época. O governo, então, liberou recursos para resolver o problema. Diante da possibilidade de derrota na Câmara dos Deputados de um projeto de crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões, em junho, também se comprometeu a liberar R$ 1 bilhão para o programa.
Além dos atrasos, há uma discussão para reformular o Minha Casa Minha Vida, mas o governo não apresentou nenhum projeto efetivo para mudar as regras para o programa habitacional. Em junho, o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, apresentou na Câmara uma proposta de limitar o acesso ao MCMV a famílias que tenham renda de até 7 salários mínimos. Ele propôs ainda reformulações que incluem capacitação profissional dos atendidos e redução dos subsídios do governo federal no programa.