Primeira metade do ano teve Lula no ataque e Bolsonaro na retranca


Primeira metade do ano teve Lula no ataque e Bolsonaro na retranca

Caciques políticos de diferentes partidos acreditam que a campanha eleitoral que se avizinha será um banho de sangue imprevisível. É com essa disposição que Lula, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes e outros nomes colocados na disputa começam a preparar suas bases para a guerra, faltando quatro meses para o primeiro domingo de outubro.
Junho chegou e nessa regressiva do primeiro semestre a pré-campanha mostrou os candidatos muito parecidos nos métodos de enfrentamento. O discurso vazio em propostas e recheado de insultos e ataques personalistas dominou a narrativa eleitoral, como mostrou outro dia uma reportagem de capa de VEJA.
Com algum esforço, no entanto, é possível ver diferenças nas caminhadas dos dois líderes da disputa polarizada ao Planalto. No papel de desafiante e com um passado gerador de muitas dúvidas no eleitorado, Lula precisou antecipar movimentos que Bolsonaro, montado na bilionária máquina de campanha presidencial, ainda se reserva ao privilégio de não fazer.Lula teve que mostrar logo quem será o vice na sua chapa. A aliança com Geraldo Alckmin trouxe alguma novidade na novela política da pré-campanha, ajudou o petista a conquistar espaço na imprensa, mas também deu muita munição aos adversários, que passaram a explorar o passado de ambos.
Lula saiu listando propostas que poderá implementar, caso seja eleito, e tropeçou ao falar de aborto, bater na classe média e defender a ampliação de gastos na máquina pública. Bolsonaro, confiando nos bilhões distribuídos pelo governo ao eleitorado, fala muito pouco sobre projetos futuros.
O presidente até hoje não confirmou quem será seu vice. Enquanto Lula briga e até já trocou peças importantes de campanha, o presidente sequer conseguiu organizar sua comunicação. Está atrasado em tudo que é possível considerar importante para o projeto eleitoral. Bolsonaro tem, isso é verdade, um governo em que metade dos ministros viaja para fora do país a passeio em “missões oficiais” de importância duvidosa.
Quem governa, enquanto a turma viaja e o presidente passeia de moto, é Ciro Nogueira, que articula com Arthur Lira as pautas de interesse da máquina e do Centrão. Filiado ao PL de Valdemar Costa Neto, Bolsonaro se vê obrigado a seguir o político tradicional na montagem de sua equipe de campanha, mas convive com a fúria dos filhos, que desejam comandar o processo. A guerra no núcleo bolsonarista foi escancarada por Carlos Bolsonaro na semana passada, quando reclamou nas redes dos vídeos de campanha do pai no programa partidário do PL.
Lula já mostrou boa parte das tropas que pretende levar ao campo de batalha. Aguarda Bolsonaro revelar o que conseguiu reunir para enfrentá-lo. O potencial vice do presidente é Walter Braga Netto, o general que tem agrupado militares e aliados radicais dispostos a atacar o sistema eleitoral, caso Bolsonaro seja derrotado pelo petista. Uma ala do governo adoraria ter um vice evangélico e “civil” ao lado de Bolsonaro, se possível, do Nordeste, região onde o capitão perde feio para Lula. Bolsonaro já disse que vai escolher o parceiro de chapa nos “48 do segundo tempo”.
Metade do ano se foi. Lula teve menos posse de bola, mas produziu mais jogadas no campo eleitoral do que Bolsonaro. O presidente segurou mais o jogo, criando narrativas golpistas e fabricando inimigos para desviar o foco das dificuldades do governo, mas não conseguiu evitar que o petista largasse na frente. As pesquisas mostram: Lula está consolidado na liderança. Para a segunda metade do ano, Bolsonaro vai ter que sair da retranca, mostrar o que pretende fazer e tentar recuperar o prejuízo no placar.

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