Empreendedorismo: A força do pequeno negócio em Pernambuco


Empreendedorismo: A força do pequeno negócio em Pernambuco

A fábrica de bolo de rolo da pequena empreendedora Vera Peixoto, 50 anos, precisa de espaço para crescer. O negócio funciona dentro da casa da sua tia, no bairro recifense da Iputinga. A tia está de mudança, mas o lugar continua pequeno para caber os planos de Vera, que quer dobrar a produção e ampliar o atual número de dez colaboradores.

Vera é uma legítima representante da força do empreendedorismo em Pernambuco, que gera emprego e mantém a economia em movimento. Sua fábrica de bolo de rolo faz parte da lista de 542.455 pequenos negócios ativos no Estado.

São Microempreendedores Individuais (MEI): 327.156; Micro empresas (ME): 174.841 e Empresas de Pequeno Porte (EPP): 40.458. Juntas, elas respondem por 85% de das empresas pernambucanas de todos os portes. 

No próximo sábado, 5 de outubro, comemora-se o Dia do Empreendedor, também conhecido como Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa (MPE). É uma oportunidade de reconhecer esses pequenos negócios que impulsionam a economia do País. Neste domingo (29) e no sábado, o JC traz um especial sobre “A Força dos Pequenos Negócios em Pernambuco”.

“Esses números mostram a força das pequenas e microempresas no PIB do Estado, representando 30% do total da economia e 40% da geração de empregos formais. Isso evidencia a importância desse segmento para a economia local”, destaca o superintendente do Sebrae Pernambuco, Murilo Guerra.

Pequenas abrem e grandes fecham vagas de emprego

Os dados do Caged corroboram a importância dos micro e pequenos negócios na economia do Estado. No acumulado de janeiro a junho deste ano, o saldo (admissões menos demissões) foi de 17.508 empregos com carteira assinada.

As micro e pequenas empresas foram responsáveis por abrir 22.709 vagas, a administração pública por gerar 1.567 novos empregos, enquanto entre as médias e grandes empresas mais demitiram do que contrataram, deixando um saldo negativo de -5.263 vagas.

No micro e pequeno empreendimento, o setor de serviços é o campeão na geração de empregos, com a geração de 12.521 vagas, seguido pelos setores de construção (4.580) e comércio (2.927).

Vocação, planejamento e gestão

Durante 10 anos, Vera Peixoto ficou conhecida como vendedora de lanches na frente do prédio do curso de medicina, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Acordava às 4h para preparar os doces, salgados, café, almoço e jantar que levava para vender. Na época, contava com três ajudantes na cozinha. Às 7h já estava na UFPE com seu Fiesta preto e sua carrocinha. Montava uma barraca e começava o trabalho, que se estendia por mais de 12 horas.

Quando veio a pandemia, foi obrigada a fechar o negócio. “Foram dois anos sem funcionar. Então decidi produzir bolo de rolo em casa para vender. Deu tão certo que comecei como MEI e seis meses depois já tinha virado ME. Fiz curso de Marketing Digital no Sebrae e procurei a Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE) para conseguir um empréstimo”, conta.

Os R$ 20 mil de financiamento da AGE não foram suficientes para comprar um local para fazer uma nova fábrica, mas serviram de capital de giro para adquirir matéria-prima e garantir o estoque da empresa.

“Hoje temos uma produção de 2 mil bolos por semana e queremos sobrar esse volume. No mercado local nosso produto é vendido em delicatessen, confeitarias, supermercados e outros. Também comercializamos pelas redes sociais e mandamos, de avião, para várias cidades do Brasil, como Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Ilhéus e Natal”, detalha.

A pequena empreendedora também fechou parceria com a Shopee para alavancar as vendas online. “Levamos os produtos até o centro de distribuição deles e as vendas acontecem online”, comemora. Com todos esses canais de venda não sobre nada da produção semanal.

Com potencial para crescer, Vera se queixa da burocracia e da falta de acesso ao crédito para crescer. “Na propaganda do governo na TV é tudo muito bonito e fáceis, mas na vida real não é assim”, critica, a empresária, que toca o negócio com o marido Marcelo Gomes, de 64 anos.

Empreender é para todos  

A principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), mostra que “Ter o próprio negócio” é o 3º maior sonho dos brasileiros. Só perde para o desejo de viajar pelo País e de comprar a casa própria. Nos últimos anos tem caído por terra a afirmação de que empreender é uma vocação e que só algumas pessoas conseguem mergulhar nessa empreitada.

“O empreendedorismo pode ser aprendido, sim. Não é apenas uma questão de talento nato. Com conhecimento sobre o mercado e a atividade que deseja desenvolver, qualquer pessoa pode se tornar um bom empresário. A qualificação é fundamental para quem quer empreender”, defende Murilo Guerra.

O Sebrae dispõe de uma série de ferramentas, que vão de consultoria, educação empreendedora, aval na aquisição de crédito, orientação para solicitar financiamento e instrumentos para medir a concorrência em diversos mercados. É a casa do empreendedor, onde as ideias são aprimoradas e as portas começam a se abrir.

“O Sebrae oferece uma ampla gama de serviços para o empreendedor. Temos projetos e programas que incentivam o desenvolvimento territorial, focados nas vocações naturais de cada região, além de atuar na educação empreendedora. Nosso objetivo é começar a conscientizar sobre o empreendedorismo desde o colégio, por meio do Programa de Educação Empreendedora, que é implantado em várias escolas públicas e privadas”, informa Guerra.

A instituição também ajuda a desenvolver negócios que estejam de acordo com o zoneamento local. “Utilizamos uma plataforma chamada Radar, que permite ao empreendedor identificar onde já existem negócios semelhantes e a concorrência em determinada região, além de indicar o potencial de mercado e público-alvo”, complementa. 
 
Por Adriana Guarda/JC

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