Massacre na Síria já causou mais de mil mortes e atinge minoria cristã


Massacre na Síria já causou mais de mil mortes e atinge minoria cristã

Desde a última quinta-feira, 6, uma onda de violência varreu a região costeira da Síria. Mais de mil pessoas morreram durante os confrontos entre o governo local e grupos apoiadores do ditador Bashar al-Assad, deposto em dezembro.

A maioria das vítimas era composta por civis — muitos deles integrantes da comunidade cristã síria. De acordo com a organização não governamental (ONG) Portas Abertas, a Síria é o 18º país com perseguição mais intensa aos cristãos, na classificação de 2025. 

Na quinta-feira, somente as mortes de um pai e um filho cristãos foram confirmadas. Na última sexta-feira, 7, outro cristão foi morto em casa, atingido por uma bala, provavelmente perdida, nos combates entre as forças de segurança do novo governo e os apoiadores do antigo regime sírio. 

No último sábado, 8, os três líderes das maiores igrejas da Síria emitiram uma declaração conjunta sobre a violência. “Nos últimos dias, a Síria testemunhou uma perigosa escalada de violência, brutalidade e assassinatos”, escreveram. “Resultando em ataques a civis inocentes, incluindo mulheres e crianças.”

Os líderes disseram ainda que “lares foram violados, sua santidade desrespeitada e propriedades saqueadas, cenas que refletem claramente o imenso sofrimento suportado pelo povo sírio”.  

Em cidades como Latakia e Tartous, muitas lojas e quase todos os restaurantes estão fechados. Uma cristã da região diz que tem medo de que um período de vingança e terror possa começar, segundo o relato da Portas Abertas.  

A declaração dos cristãos também diz que as igrejas cristãs sírias “condenam fortemente qualquer ato que ameace a paz civil, denunciam e condenam os massacres que visam civis inocentes, e pedem o fim imediato desses atos horríveis, que estão em total oposição a todos os valores humanos e morais”. 

“Todos os cristãos que conheço agora querem deixar o país”, disse uma fonte local ao Portas Abertas. 

Governo impõe toque de recolher na Síria

O massacre começou na última quinta-feira, em áreas de maioria alauíta, um grupo étnico muçulmano ao qual Bashar al-Assad pertencia. Apoiadores do antigo regime atacaram, armados, as forças de segurança do novo regime e mataram vários dos agentes do governo. O novo líder do país, Ahmed al-Sharaa, enviou reforços para a área para acabar com a violência. 

O toque de recolher foi imposto nas províncias de Homs, Tartous e Latakia. Nos últimos dias, circularam relatos de que as forças de segurança sírias supostamente mataram 830 civis alauítas, vistos como hereges pelos sunitas, vertente do islã à qual pertencem os atuais líderes do país.

“Os assassinatos de civis nas áreas costeiras no Noroeste da Síria devem cessar imediatamente”, disse Volker Türk, Alto Comissário da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em um comunicado de imprensa. “Estamos recebendo relatos extremamente perturbadores de famílias inteiras, incluindo mulheres e crianças, sendo mortas.” 

Türk mencionou ainda relatos de execuções sumárias com base sectária por perpetradores não identificados, por membros das forças de segurança das autoridades interinas, bem como por elementos associados ao antigo governo. 

Nesta segunda-feira, 10, Ahmed al-Sharaa anunciou o fim das operações militares na região costeira da Síria, onde estavam os grupos alauítas que se insurgiram contra o atual governo.

Isabela Jordão / Revista Oeste

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