A delegada Renata Brizzi, responsável pelas investigações, deu novos detalhes sobre o caso hediondo de um homem de 41 anos que foi preso por abusar de suas duas enteadas, de 14 e 15 anos, e de seus dois filhos, uma menina de 6 anos e um menino de 4 anos, este último com autismo.
Num dos relatos mais fortes, a delegada contou que a menina de seis anos chegou à escola com os órgãos genitais colados, quando questionada pela direção sobre o que havia acontecido, ela disse ter colado suas partes íntimas para evitar ser abusada pelo próprio pai.
O episódio se soma a vários outros relatos avassaladores que evidenciam a rotina de crueldade e abusos à qual as crianças e adolescentes eram submetidas há pelo menos três anos, com um agravante: a mãe delas sabia de tudo, segundo as investigações da Polícia Civil.
Num dos relatos mais fortes, a delegada contou que a menina de seis anos chegou à escola com os órgãos genitais colados, quando questionada pela direção sobre o que havia acontecido, ela disse ter colado suas partes íntimas para evitar ser abusada pelo próprio pai.
O episódio se soma a vários outros relatos avassaladores que evidenciam a rotina de crueldade e abusos à qual as crianças e adolescentes eram submetidas há pelo menos três anos, com um agravante: a mãe delas sabia de tudo, segundo as investigações da Polícia Civil.
Abusos começaram no Maranhão
Os abusos contra as quatro vítimas teriam começado ainda em São Luís, no Maranhão. Naquele estado, denúncias também chegaram às autoridades. Com medo do desfecho, o homem se mudou para Pouso Alegre. Pouco tempo depois, sua companheira veio morar com ele, junto dos dois filhos menores do casal.
As adolescentes só se juntariam a eles um tempo depois. Elas chegaram a morar com parentes no Maranhão, mas há relatos de que, também lá, ao menos uma delas teria sofrido abuso.
Já em Pouso Alegre, as denúncias de abuso chegariam à Polícia Civil em março de 2024, quando a adolescente de 15 anos foi trabalhar em uma casa como babá. Depois de um tempo, ela acabou contando à patroa que ela, a irmã de 14 anos e seus irmãos mais novos sofriam abusos do padrasto.
“Ela também contou que eles sempre sofreram agressões físicas e todo o tipo de abusos sexuais”, relatou a delegada. A patroa da adolescente acionou o CREAS e o Conselho Tutelar que, por sua vez, acionaram a Polícia Civil.
A investigação da Polícia Civil foi instaurada oficialmente em 14 de março do ano passado, mas a prisão do investigado só ocorreu quase um ano depois. De acordo com a delegada Renata Brizzi, o longo período de investigação se deu pela gravidade do crime.
“Como é um crime muito grave, cujas consequências criminais e sociais são muito gravosas para o investigado, tínhamos que adotar um critério de uma investigação minuciosa na tentativa de coletar o máximo de elementos informativos possível para conseguir imputar no suspeito os fatos apresentados pelas vítimas e pela testemunha denunciante”, discorreu.
Após meses de coleta de provas e oitivas de testemunhas, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva do investigado e da mãe das crianças, por conivência, no início de dezembro. A Justiça respondeu ao pedido no início desta semana, mas autorizou apenas a prisão do homem, considerando que os requisitos para prisão preventiva da mãe não estariam mais presentes, uma vez que ela não teria participado diretamente dos abusos e já não teria mais a guarda das crianças, que foram encaminhadas para um abrigo.
Vai e volta de abrigo deixou crianças expostas e novos abusos
Quando as denúncias chegaram às autoridades, em março do ano passado, as crianças foram levadas para um abrigo público, mas como o investigado fugiu do flagrante e não voltou a viver com a família, as crianças acabaram voltando à guarda da mãe. No final do ano passado, porém, a mulher teria levado uma das adolescentes ao encontro de seu companheiro, em Congonhal, onde um novo abuso teria ocorrido. Após o episódio, as crianças foram mais uma vez enviadas ao abrigo.
Mãe diz que achava normal porque também sofrera abusos quando criança
Outro relato chocante feito pelas investigadoras responsáveis pelo caso diz respeito ao comportamento da mãe das crianças. Vítima de agressões do companheiro, a investigação apontou que a mulher tinha ciência dos abusos, mas alegou que não tomou qualquer atitude por achar ‘normal’ os abusos, já que havia passado pela mesma situação na infância.
Apesar de não ter sido presa e de figurar no inquérito como vítima de violência doméstica, a mulher terá de prestar contas à Justiça por ter sido conivente com as práticas do companheiro. “Há provas de que ela foi partícipe, conivente, porque sabia e não fez nada, não tomou providência. Levou com naturalidade os abusos sexuais sofridos por seus filhos, porém ela é também vítima de uma violência doméstica”, pontua Renata Brizzi.
Redemoinho 24