Segundo os pesquisadores, o avanço da Covid-19 em direção às cidades menores revela uma situação preocupante em razão da menor disponibilidade e capacidade de seus serviços de saúde.
“O impacto do avanço da doença nos pequenos municípios está ligado ao fluxo de mais pessoas que precisam de atendimento especial”, explica Mônica Magalhães, especialista em Geoprocessamento Aplicado à Saúde e Ambiente e pesquisadora do MoitoraCovid-19, projeto de monitoramento da pandemia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
De acordo com ela, o fluxo de pessoas de cidades menores em direção às maiores em busca de serviços médicos sempre existiu, sendo mapeado por estudos como o da pesquisa Regiões de Influência das Cidades (REGIC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para fazer o levantamento, os pesquisadores levaram em conta as regiões de saúde da REGIC e dividiram os municípios brasileiros em “redes de atendimento em saúde”.
“São grupos de cidades que apresentam forte interação entre si, considerando atendimentos a pacientes e serviços médicos”, explica o geógrafo da saúde Raphael Saldanha, também pesquisador do MonitoraCovid-19.