O Ministério Público de Pernambuco acompanhou a coleta de provas. “Vamos aguardar a conclusão do inquérito e o encaminhamento. E aí teremos o prazo de cinco dias para poder oferecer a denúncia, uma vez que o indiciado está preso preventivamente”, informou a promotora de Justiça, Daniele Lopes. Depois da reconstituição, peritos do IC disseram que a sequência de fatos descrita pelo acusado não é a verdadeira.
“Pelas provas, a menina de 8 anos foi a primeira vítima. Constatamos que a primeira ação foi em cima dela, a filha biológica dele. Pelos vestígios encontrados no local, que ficou bem preservado, vimos que ele foi surpreendido na sala e executou uma segunda ação, em cima da ex-companheira, no quarto. E finalizou com as outras duas crianças de 1 e 2 anos de idade, colocando-as dentro do balde”, relatou o perito do IC, Gilmário Lima.
O delegado Altemar Mamede, que conduz o inquérito, disse que a reconstituição do crime foi solicitada à Justiça porque não acreditou na versão do acusado, nem na alegação dele de legítima defesa. “Hoje a gente constatou que alguns fatos narrados por ele não confirmam essa legítima defesa. Provavelmente a motivação foi, justamente, a descoberta do primeiro crime, por parte da ex-mulher dele. Ele estuprava e matava a filha do casal quando ela teria entrado na casa”, afirma.
Entenda o caso
O acusado estava em liberdade condicional do Presídio de Canhotinho, no Agreste, quando cometeu os assassinatos. Ele confessou que matou a facadas a ex-companheira e a filha do casal, de 8 anos, além de afogar outras duas crianças de 1 e 2 anos de idade em um tonel. Após cometer o crime, no dia 18 de outubro, o homem fugiu, mas foi preso seis dias depois, na cidade vizinha de Calçado, também no Agreste. De acordo com a polícia, ele pode ser condenado a até 110 anos de prisão.