
Já imaginou uma festa de São João sem pamonha, canjica e outras guloseimas derivadas do milho? Pois é o que pode acontecer daqui há algumas décadas se a temperatura do semiárido nordestino mantiver a tendência de aumento que vem registrando nos últimos 5 anos.
Essa é uma das projeções mostradas na tese de doutorado em tecnologia ambiental de recursos hídricos que a meteorologista Francis Lacerda apresentou na UFPE.A pesquisa da servidora do instituto Agronômico de PE, IPA avaliou as alterações climáticas, baseado na monocultura e no desmatamento, produtos como milho e feijão podem desaparecer nos próximos 50 anos por estresse hídrico e térmico.
Para se ter uma ideia do quadro, enquanto a temperatura subiu no Brasil cerca de 2 graus nas últimas cinco décadas, em Araripina, sertão do Araripe, foi registrado mais que o dobro. O problema ainda é mais preocupante porque a medida que ás máximas aumentam, as mínimas diminuem, uma característica de áreas desérticas. Algo que indica que o semiárido pode passar a ser árido.
Segundo ela, o calor aumenta enquanto as chuvas e a umidade diminuem. Até a década de 60, as precipitações eram bem mais distribuídas e o período chuvoso mais definido nas épocas do ano. Agora, temos chuvas concentradas em alguns dias e o aumento dos dias secos na estação de inverno.
Essas alterações causam prejuízos ao solo com a baixa umidade, dessa forma, culturas como o milho não consegue sobreviver. De cada 10 anos de plantio, só se consegue uma colheita satisfatória em 3.