João Amaral - presidente da Associação Bem Viver
O Prefeito Dessoles falou sobre as dificuldades do Governo para lidar com a causa. “A gente se sente um pouco órfãos diante de alguns casos de limitações mais profundas, por que é uma coisa que vem de “cima para baixo”. A norma diz que o Município tem que cuidar e na maioria das vezes o Município não tem os recursos materiais ou humanos para desempenhar essa missão. Em alguns casos uma missão quase impossível. Mas não é por isso que nós vamos deixar de lutar. Temos várias ações acontecendo” .
Dentro da programação foram realizadas diversas atividades. Na segunda-feira (24) aconteceu no prédio do Salão Paroquial à abertura oficial, com a participação de entidades da área e autoridades do Município. Participaram do evento o prefeito Francisco Dessoles, o presidente da Associação Bem Viver – Das Pessoas com Deficiência de Iguaracy, secretários municipais, servidores da saúde e pessoas da comunidade.
A secretária de Saúde, Laura Véras, durante sua fala, informou que foi elaborado um projeto solicitando um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) e o Município foi contemplado. Ela informou ainda que aguarda recurso do Ministério da Saúde, mas que já existe um local para implantação. O Caps é um serviço específico para o cuidado, atenção integral e continuada às pessoas com necessidades em decorrência do uso de álcool, crack e outras drogas. Seu público específico são os adultos, mas também podem atender crianças e adolescentes, desde que observadas as orientações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
O Senhor Elídio Rodrigues, que é deficiente visual, cantou e tocou algumas músicas. O talentoso músico, apesar da dificuldade, encantou a todos ao tocar seu violão
Dessoles fez um apelo para que todos lutem pela causa das pessoas com deficiência
Outro ponto citado pelo prefeito lembrou a triste situação que vive alguns portadores de deficiência. “Fazemos busca de pessoas com limitações, que estão nas famílias sem ser cuidadas. Muitas vezes descobrimos casos de pessoas que vivem em cativeiro, amarradas, e são proibidas de tomar vacina ou ir à escola. São pessoas que vegetam na mais completa escuridão, não por falta de luz, mas por falta de alguém que as enxergue. A gente já descobriu muitos casos que a sociedade às vezes não conhece, e que a Assistência, a Saúde e a Educação tem resgatado essas pessoas da forma que podemos. Vamos continuar nessa busca incessante. Nós precisamos do apoio de todos.”
Palestra
A Psicóloga Dra. Márcia Rabelo fez palestra sobre a importância da participação da pessoa com deficiência no âmbito familiar e social. Em seguida, aconteceu uma conversa sobre o Benefício de Prestação Continuada (BPC), com a assistente social Elaine Christina. Para quem ainda desconhece, o BPC é um benefício da Política de Assistência Social, que integra a Proteção Social Básica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS e para acessá-lo não é necessário ter contribuído com a Previdência Social. É um benefício individual, não vitalício e intransferível, que assegura a transferência mensal de 1 (um) salário mínimo ao idoso, com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais, e à pessoa com deficiência, de qualquer idade, com impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
Encontro no Cemupi
Na terça-feira (25) aconteceram dois momentos distintos, mas com o mesmo objetivo de promover a interação através de brincadeiras, dinâmicas e atividades diversas, voltada para essas pessoas portadoras de necessidades especiais. A programação da terça ficou por conta dos profissionais das secretárias de Saúde, Assistência Social – CRAS e Educação.
Mesmo com avanços apresentados, como maiores possibilidades de participação e controle social por meio das Conferências, ainda há muito a ser feito dada a situação de precariedade observada para milhões de pessoas com deficiência no País.
A carência de informações e dados precisa ser superada para que as ações nessa área não se pautem apenas pela “boa vontade” e se consolidem como verdadeiras políticas de Estado. O apoio dos meios de comunicação e da população em geral na transmissão da informação é fundamental. Colabore.
