Ícone da música brasileira, Jorge de Altinho foi atração em Jabitacá. Conheça um pouco da história do "Príncipe do Baião":


Ícone da música brasileira, Jorge de Altinho foi atração em Jabitacá. Conheça um pouco da história do "Príncipe do Baião":

Quando se monta uma grade de programação para um evento no porte da Festa de Agosto de Jabitacá, naturalmente isso se faz pensando em agradar o a maior número de pessoas possíveis, atingindo diversos públicos, desde os mais jovens aos mais de idade.
Este ano, a gestão do prefeito Zeinha Torres mostrou que além de estar antenado com os sucessos do momento e requeridos pela juventude, trazendo atrações como Tarcísio do Arcodeon, Mary Fernandes e Caninana entre outros, mostrou que também estar em sintonia com o público mais retrô, que gosta de uma atração mais duradoura, não apenas de hits de momento, como "Proteção de Tela", "Parada Louca", ou "Beijo Foda", mas também sucessos que estarão para sempre eternizados no coração de milhares de fãs, independente do ano ou década que seja.
Jorge de Altinho em Jabitacá, principalmente para os mais maduros, foi realmente a cereja do bolo para fechar com chave de ouro o evento de 2022. Não é a toa que Jorge de Altinho ganhou o título de “Príncipe do Baião”, passando a fazer parte da realeza do forró, junto com o imortal Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”.

 Para celebrar o sucesso, nosso blog decidiu fazer esta postagem extra contando um pouco da história deste ícone da música popular brasileira, Jorge de Altinho:
Nascido Jorge Assis de Assunção, na Rua Antonio Carlos Ferreira, 66, bairro de Salgadinho, da histórica e patrimônio mundial Olinda/PE. Filho de Anízio Brasilino de Assunção e Maria Assis de Assunção, batizado na Igreja de São Judas Tadeu, no mesmo bairro, em frente ao Centro de Convenções de Pernambuco.
Seu pai na época era proprietário de um posto de combustível, no bairro da Encruzilhada, em Recife/PE. Decidido á uma vida mais tranqüila, quiçá obra do destino, mudou-se com a família para o município de Altinho, onde passou a negociar com secos e molhados, uma espécie de embrião do ramo de supermercados de hoje.
Em Altinho/PE, o menino Jorge iria passar uma infância típica das crianças de sua idade. Banhos de rios, no Una e Taquara, somente interrompidos com a ida ao Grupo Escolar Professor Francisco Joaquim de Barros Correia. Querido pelos amigos, exercia liderança ao ponto de criar dois times de futebol infantis: o Estrela e o Cruzeiro. O futebol foi e continua sendo uma das paixões de Jorge.
A música sempre o fascinou, ao ponto de copiar suas matérias escolares, ouvindo canções. Chamou sua atenção "Menina Linda", de Renato e seus Blue Caps, sucesso dos Beatles, que por curiosidade resolveu copiar a música inteira no caderno. Nascia involuntariamente seu envolvimento com a música de forma definitiva e irrevogável.
O tempo e os fatos iriam comprovar.
Quase diariamente sua turma tinha por hábito reunir-se sob os coqueiros do colégio para acompanhar Zé Maria, filho de um grande seresteiro que residia em frente aquele local.
Certo dia, todos queriam ouvir o sucesso mundial "Menina Linda", mas ninguém conhecia a música de cor, foi então que surgiu Jorge, com a letra escrita no caderno, um hábito que conservava nos tempos do Barros Correia. Menino tímido, relutou em cantar sozinho. Queriam apreciar sua voz. Cedeu a insistência e acabou cantando. Foi o primeiro aplauso que recebia em sua vida. Uma tarde inesquecível para o sonhador Jorge e caíra as vestes da timidez.
A partir daí Jorge tomou gosto e o caderno ganhou novas cópias. Era sempre procurado todas as vezes que o grupo se reunia para cantar músicas do momento. Um sinal do fã-clube que começava o brotar.
Vieram as festas do colégio. Não poderia mudar a estrada que o destino havia lhe preparado. Matriculou-se na escola de música do município, onde chegou a fazer parte da filarmônica. Esses ensinamentos e o aprimoramento das lições de músicas em muito iriam lhe ajudar futuramente em sua carreira.
Chega o início dos anos 1970 e nesse clima de Jovem Guarda, criou o grupo musical The Big Boys, logo depois uma pequena orquestra de frevos e por fim um conjunto de chorinho, denominado de: Cavaco & Viola.
Separado apenas por 30 quilômetros de Caruaru/PE, considerado um dos maiores caldeirões culturais do Brasil, conviveu com os violeiros, aboiadores, coquistas, sanfoneiros, leitores de cordel, emboladores, além dos artesanatos de palha, couro e barro, do mestre Vitalino, despertou interesse pela música regional, manancial para suas músicas e fonte de permanente inspiração.
Em 1974, era aprovado em concurso para Secretaria de Transportes e Comunicações do Estado de Pernambuco e passou a trabalhar no sertão. Dessa experiência rica e marcante, que iria durar seis anos, nas regiões do Sertão Central, Moxotó, Araripe e São Francisco.
Somado a vivência acumulada e graças a sua percepção, começa a compor músicas ligadas a essas raízes. No encontro casual com o Trio Nordestino, surgiu uma grande afinidade com suas músicas, foi daí que o trio gravou: "Sapo Cururu", cadê o cururu... e "Fole de Ouro", puxe o fole Januário... uma homenagem ao pai de Luiz Gonzaga, em seguida, "A Separação", ninguém quer sofrer... "Forro Quentão", é o forró quentão... "Amor Demais", amor como o nosso eu tô pra ver... "Chamego Proibido", eu quero ser seu amor... "Mané Gambá", com Luiz Gonzaga recentemente exibido três vezes no Big Brother e o clássico Petrolina-Juazeiro, que além do Trio Nordestino, foi gravada por Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e outros. Seu primeiro disco seria gravado em 1980, pela Emi-Odeon, com 12 músicas de sua autoria.
O sucesso surgiria em 1982, quando gravou o seu segundo álbum o antológico disco do chapéu, que, por ter sido prensado o vinil em uma fábrica e a capa em outra, o disco chegou primeiro e a repercussão foi tamanha que as pessoas levavam o disco para depois pegar a capa na loja. Alguns improvisaram a capa com cartolina, o que lhe valeu destaque e um fato curioso: ter sido o primeiro artista brasileiro a vender discos sem as capas.
Com mais experiência, lança em 1983, o disco Canto Livre, que trazia como grande novidade elementos novos para a reoxigenação do forró. Uma vez que o famoso Jackson do Pandeiro já havia experimentado o clarinete e Luiz Gonzaga o piston. Como tinha formação musical filarmônica e ouvindo a orquestra do maestro Camarão, de Caruaru, resolveu resgatar a cultura interiorana que são as filarmônicas que geralmente se apresentam nas festas das igrejas interioranas acompanhando procissões, eventos cívicos, etc. Dessa fusão, adicionou o sax, o piston e trombone, a sanfona, triângulo e zabumba, instrumentos básicos que compõem a música nordestina. Assim, sem perder a originalidade ele foi pioneiro em introduzir os metais no forró.
A partir daí foi contratado pela RCA Victor, hoje BMG Ariola, onde ficou por 10 anos e gravou 16 discos, passando por algumas gravadoras como: Emi-Odeon, Sony, RGE, Paradox e Warner Continental etc.
Ao longo de sua carreira ganhou o respeito e a estima de muitos amigos, como o saudoso Chacrinha, que o convidou a participar de dezena de programas, resultando em vários discos de ouro e o carinho de colegas a exemplo de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Alcione, Raimundo Fagner, Zé Ramalho, todos com participações especiais em seus discos.
Hoje com 70 anos de vida, com mais de 40 álbuns entre vinis e CD's, o artista reúne uma invejável bagagem musical, pois percorreu todo o Norte e Nordeste Brasileiro, cantando e encantando em clubes, exposições, festas de padroeiros, vaquejadas, aniversário de cidades, sempre com o mesmo entusiasmo do início da carreira, levando sempre uma mensagem de otimismo e um recado de amor, com a marca de seu balanço envolvente e com sua voz inconfundível.
Eis Jorge, que um dia foi de Olinda, de Caruaru, de Altinho e que hoje é do mundo, afinal, suas obras pertencem ao universo dos amantes da boa música popular brasileira. Assim é Jorge, imutável pelo talento, corajoso como o sertanejo, detalhista, exigente em sua arte e sobretudo, o cancioneiro que fez o forró ganhar o mundo.
BIOGRAFIA / Jorge de Altinho - O Forró Ganha o Mundo.
Por Ronaldo Sotero (Jornalista)

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