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De acordo com especialistas, é possível reduzir o valor da CNH sem afetar o processo de aprendizagem. Veja as explicações! |
Conforme David Duarte Lima, doutor em Segurança de Trânsito pela Universidade Livre de Bruxelas (Bélgica) e mestre em Saúde Pública pela Universidade Católica de Louvain (Bélgica), e profundo conhecedor do processo de formação de condutores de vários países, o processo de habilitação é realmente caro no Brasil. “Isso porque existe uma série de etapas nesse processo e também as taxas dos Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans)”, explica.
O especialista defende a redução do valor da CNH, mas diz que é possível fazer isso sem afetar o processo pedagógico realizado na formação de condutores.
“O que se deseja é que o condutor tenha conhecimento para enfrentar situações do trânsito sem se envolver em acidentes. Além disso, que respeite o meio ambiente e que dirija de forma eficiente. E é no curso teórico que ele aprende tudo isso antes de ir para a prática de direção”, argumenta Dr. David.
CNH Social
Para ele, o ideal seria investir em programas como o da CNH Social, para que o governo subsidiasse parte dos gastos e, dessa forma, não ficasse tão alto o custo para o cidadão. “Principalmente para a população de baixa renda, os estados, o governo enfim poderiam de alguma maneira subsidiar e baratear o processo de habilitação. A solução seria investir em programas como o CNH social, para dar acesso a uma formação de qualidade ao condutor. O que não pode é que um eventual corte de custos no processo envolva uma perda de qualidade na formação do condutor”, conclui.
Quem também defende a CNH Social como uma alternativa para diminuir os custos para o cidadão é o especialista e diretor do Portal do Trânsito, Celso Alves Mariano. “Projetos como a CNH Social é que deveriam merecer atenção. Ali sim existe uma boa possibilidade de oferecer uma boa formação para a primeira habilitação na parte teórica. Inclusive fazendo um uso mais inteligente da infraestrutura enorme que já existe no Brasil com as autoescolas para diminuir esse custo para o cidadão”, expõe.
Mariano diz também que retirando o curso teórico, talvez o custo do processo da CNH como um todo não diminua como muitos acreditam.
“Lembremos que as autoescolas cobram o valor pelo serviço do curso teórico bem como o prático. E para os Centros de Formação de Condutores (CFCs) o maior custo de manutenção está nas aulas práticas, não nas teóricas. Basta lembrar que poucos instrutores teóricos atendem turmas grandes, enquanto que nas aulas práticas é um professor atendendo um aluno de cada vez. Então essa esperada economia é muito difícil primeiro de dizer se vai acontecer e, segundo, de precisar um valor”, afirma.
Ouça o áudio completo do especialista Celso Alves Mariano:
O que todos têm certeza é que não é possível desprezar tudo que foi feito até agora.
“Não podemos jogar fora todo esforço individual e coletivo de todos que trabalham com educação para o trânsito. O processo de formação de condutores no Brasil não é uma maravilha, é preciso aperfeiçoá-lo. No entanto, uma coisa é aprimorar, outra é eliminar tudo que foi feito até agora”, finaliza Dr. David Duarte Lima.