Antes que o terror viesse a acontecer na Alemanha e em outros locais da Europa, existiram alguns prenúncios de que o mundo testemunharia o maior genocídio de todos os tempos. Neste texto, compartilhamos quatro deles.
1. Cotas de imigração nos Estados Unidos
(Fonte: Getty Images)
Entre 1880 e 1914, cerca de 7,5 milhões de pessoas da Europa Oriental migraram para os Estados Unidos no que ficou conhecido como grande onda migratória. Cerca de 500 mil delas eram judias.
Isso levantou uma preocupação nos americanos contra estes estrangeiros, criando teorias conspiratórias de que eles iriam invadir seu local e propagar doenças, além de roubar postos de trabalho. Por consequência, em 1924 (ou seja, muito antes da ascensão do nazismo), os Estados Unidos aprovaram um sistema de cotas que restringiam os limites para a migração dos europeus.
Ou seja, criavam-se as bases para um potencial ódio aos judeus, o que aumentaria nas décadas seguintes.
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2. A grande depressão
(Fonte: Dorothea Lange/FSA/Getty Images)
A grande depressão, que atingiu a economia mundial nas décadas de 1920 e 1930, foi fundamental para a ascensão de Adolf Hitler. Um ponto crucial foi a quebra da bolsa de valores de Wall Street em 1929, que levou ondas de pavor econômico para o mundo todo.
A Alemanha viu sua indústria desmoronar rapidamente. Em 1930, novas eleições foram convocadas, e Adolf Hitler (que havia cumprido nove meses por traição ao tentar derrubar o governo), estabeleceu sua candidatura com o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (ou simplesmente Partido Nazista). Como resultado dessa eleição, ele ficou em segundo lugar.
Em 1932, Hitler concorreu a presidência. O sentimento antissemita estava cada vez mais forte e Hitler prometia colocar os alemães em primeiro lugar, além de culpar os judeus pelo fracasso econômico. Ele ficou novamente em segundo lugar, atrás do presidente atual da época, Paul von Hindenburg. Mesmo hesitando, em 30 de janeiro de 1933, von Hindenburg nomeou Hitler como seu chanceler, e o resto é história.
3. O incêndio do Reichstag
(Fonte: Central Press/Hulton Archive/Getty Images)
Um mês depois de Paul von Hindenburg nomear Adolf Hitler como seu chanceler, um incêndio tomou o Reichstag, a sede do governo alemão. A polícia, numa rapidez suspeita, prendeu rapidamente o suposto criminoso, que era um imigrante holandês com tendências comunistas.
Não se sabe ao certo se o evento foi real ou apenas algo manipulado para dar a chance de que Hitler varresse sua oposição. O futuro führer rapidamente orquestrou um Decreto para a Proteção do Povo e do Estado, que restringia os direitos individuais dos cidadãos em prol da segurança. A ordem ainda suspendia a liberdade de expressão e de imprensa, e restringia as investigações policiais, possibilitando que o governo perseguisse opositores políticos.
4. A marginalização dos judeus
(Fonte: Wikimedia Commons)
Ao subir ao poder, Hitler decretou as Leis de Nuremberg, que institucionalizaram práticas racistas. Os judeus foram privados de seus direitos de cidadania, incluindo o de se casar com pessoas de sangue alemão. Foram também expulsos do exército e não podiam mais se tornar médicos.
Em seguida, houve um movimento em grande escala em prol da raça ariana. Os judeus foram despedidos de seus empregos, e grandes empresas de sua propriedade foram transferidas para não-judeus. A perseguição a esse povo teve uma breve pausa em 1936, quando a Alemanha realizou os Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno, mas depois retornou com tudo.
Tudo isso levantava as bases para uma marginalização cada vez maior do povo judeu, o que culminaria no pior genocídio realizado pela humanidade até então.