Natural de Serra Talhada, filha de Lampião processa escritor Tiago Pavinatto por termos usados em livro


Natural de Serra Talhada, filha de Lampião processa escritor Tiago Pavinatto por termos usados em livro


Em Da Silva: A Grande Fake News da Esquerda, o jurista e professor Tiago Pavinatto mergulha na história de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e traça o perfil da figura história definida na obra como “terrorista mercenário que extorquia os ricos e destroçava a vida dos pobres”. Lançamento da editora Almedina Brasil, pelo selo Edições 70, o livro revela uma perspectiva sem romantismos do cangaceiro mais conhecido da história brasileira.

A obra se propõe a desconstruir a aura de heroísmo que muitas vezes é atribuída ao cangaceiro. Com base em uma pesquisa profunda de estudos nacionais e internacionais sobre Lampião, o autor traça um perfil minucioso que revela a verdadeira face desse personagem popular e o expõe como um psicopata, cujas ações atingiram níveis de crueldade e violência que vão muito além de qualquer interpretação idealizada.

Por meio de análises minuciosas e documentadas, Pavinatto, que não é alheio à polêmica, expõe as ações de Lampião e sua quadrilha demonstrando a amplitude das atrocidades cometidas. Os relatos de crimes vão desde roubos a estupros, assassinatos e extorsões, atividades que desmantelam as narrativas idealizadas de um líder justiceiro que supostamente roubava dos ricos para dar aos pobres.

A obra contextualiza as relações de Virgulino com as forças políticas da época, mostrando como ele foi instrumentalizado e manipulado para atender a agendas diversas. É nesse sentido que o autor sustenta a tese de que o altruísmo de “da Silva” é uma Fake News criada e difundida, a partir da década de 1920, pelo comunismo brasileiro, então capitaneado por Luís Carlos Prestes, com a intenção de canalizar o cangaço para fomentar a revolução social.

A transformação de Lampião em uma figura homenageada, laureada inclusive em eventos grandiosos como o Carnaval carioca, também é discutida por Pavinatto. Ao rebater essa reverência, ele lança luz sobre a distorção histórica que coloca um indivíduo associado a crimes brutais no centro de celebrações populares e chama atenção para o descaso com o sofrimento e a memória das vítimas desse algoz e seu bando.

Processo

Expedita Ferreira Nunes, a única filha do cangaceiro Lampião com Maria Bonita, natural de Serra Talhada, Sertão de Pernambuco, está processando o professor, jurista e escritor Tiago Pavinatto por termos utilizados no livro “Da Silva: a grande fake news da esquerda”.

O best-seller, que figura na lista de mais vendidos do país desde seu lançamento, em agosto, busca desconstruir a aura de heroísmo que muitas vezes é atribuída ao legado de Virgulino Ferreira da Silva.

A filha de Lampião pede uma indenização de R$ 245 mil por conta do uso de expressões como “psicopata”, “ladrão”, “torturador”, “golpista”, “sequestrador” e “terrorista mercenário” para definir a índole do pai.

“Era só o que me faltava: a filha de Lampião quer tirar o meu livro de circulação. Se você ainda não leu, corra, porque eu não duvido de mais nada neste país”, declarou Pavinatto, indignado com a ação movida por Expedita.

O escritor e a editora diz em nota que já estão tomando as providências cabíveis.

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