É preciso estar alerta em relação a institutos ou contratantes desconhecidos |
Até a última terça-feira, havia 8,2 mil levantamentos registrados no país. Nesse mesmo período, em 2020, foram 5 mil. A eleição daquele ano acabou com 10,9 mil pesquisas no final do segundo turno.
Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral, informa o Globo. Na Paraíba, o número de pesquisas já é o dobro de há quatro anos, assim como em Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Adverte Mara Telles, presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais e professora da Universidade Federal de Minas Gerais:
“A pesquisa pode fazer com que o eleitor, sobretudo o indeciso, vote no candidato que tem mais chance de ganhar, o chamado voto útil. No Brasil, existe um mercado de pesquisas idôneas, mas começaram a ser produzidos inúmeros trabalhos com resultados bastantes questionáveis e até falsos que enganam eleitores e candidatos. É um fenômeno nunca visto no país que faz parte de um processo de promoção deliberada de desinformação global”.
Alguns institutos são criados com nomes muito parecidos de empresas já estabelecidas no mercado e pesquisas têm sido registradas no TSE com metodologias irregulares.
Não bastasse, um terço dos levantamentos tem a própria empresa se declarando como o financiador do trabalho, o que levanta suspeitas. No Amapá e Roraima, esse índice passa de 80%.
Em Bananeira, na Paraíba, a Justiça impugnou uma pesquisa porque a pessoa que consta como contratante negou que tivesse encomendado o serviço.
Metrópoles
Em Paracambi, no interior do Rio, uma pesquisa da Mappa Sudeste não considerou o eleitorado de 35 a 44 anos e, por isso, acabou impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Em Picos, no Piauí, supostamente foram aplicadas 24 pesquisas e algumas com resultados bem diferentes. Pablo Santos, divulgou uma em que ele tinha 58% e o adversário, Gil Paraibano, 24%.
Por sua vez, Gil Paraibano divulgou outra onde ele aparece com 50%, e Pablo com 41%. Teresina é a capital com mais sondagens do país: 71, superando São Paulo, por exemplo.