
Neste artigo, exploraremos todos os aspectos do LiFi: sua origem, evolução, aplicações práticas, os motivos pelos quais ainda não é amplamente utilizado e o que o futuro reserva para essa tecnologia.
A ideia do LiFi foi apresentada pela primeira vez em 2011 pelo professor Harald Haas, da Universidade de Edimburgo, em uma palestra TED, embora pesquisas sobre comunicação por luz visível já estivessem em andamento desde 2009.
Durante sua apresentação, Haas destacou quatro principais limitações do WiFi: capacidade, eficiência, disponibilidade e segurança.
As ondas de rádio, utilizadas pelo WiFi, apresentam desvantagens que as tornam imperfeitas. Entre elas, estão o alto custo de instalação e manutenção das torres de sinal, a baixa eficiência energética, a redução significativa da eficiência na transmissão de dados em determinados ambientes e a crescente escassez de espectro de rádio disponível.
Além disso, em certas situações, o fato de o sinal atravessar paredes pode representar uma vulnerabilidade e mitigar esse risco exige custos elevados.
Diante desses desafios, Haas propôs uma solução utilizando outro tipo de onda eletromagnética: o espectro de luz visível. Esse espectro oferece mais de 10 mil vezes mais faixas do que as ondas de rádio, expandindo consideravelmente a capacidade de uso. Mas, como exatamente poderíamos utilizar esse espectro para substituir o WiFi?
Especialista explica
O
primeiro passo seria substituir as lâmpadas incandescentes e
fluorescentes, que são ineficientes, por lâmpadas de LED, capazes de
modular sua intensidade em alta velocidade.
Como explica Haas, já
utilizamos lâmpadas de LED em várias aplicações, como nos controles
remotos, que transmitem dados para aparelhos centrais através de sinais
infravermelhos. O LiFi opera de maneira semelhante, mas em uma escala
maior e, potencialmente, com mais luminosidade.
Agora, imagine o
seguinte: considere quantas lâmpadas e modens existem em um ambiente.
Imagine a eficiência que seria alcançada se a própria iluminação
servisse como os modens de sinal. Mas, afinal, como isso funcionaria na
prática?
Como funciona o LiFi
O
LiFi funciona através da modulação da intensidade da luz emitida por
lâmpadas LED. Essas lâmpadas piscam milhões de vezes por segundo — a uma
velocidade tão alta que é imperceptível ao olho humano.
Cada
“piscada” é codificada com informações digitais, que são então captadas
por fotodetectores capazes de traduzir os sinais luminosos em dados.
Uma
das grandes vantagens do LiFi é sua capacidade de transmitir dados em
velocidades extremamente altas, chegando teoricamente a até 100 Gbps.
Além
disso, como a luz não atravessa paredes, o LiFi oferece uma camada
extra de segurança, pois o sinal permanece confinado em um ambiente
físico, diminuindo o risco de interceptação de dados.
Atualmente, o LiFi está sendo testado em diversos cenários, incluindo escritórios, fábricas, sistemas de transporte e hospitais.
A tecnologia tem grande potencial em áreas onde as ondas de rádio apresentam limitações ou são proibidas, como em cabines de aviões ou instalações militares de pesquisa.
Além disso, o LiFi pode ser uma solução para a crescente saturação do espectro de rádiofrequência (RF), que está ficando cada vez mais congestionado.
Desafios
Apesar de seus muitos benefícios, o LiFi ainda enfrenta desafios importantes. A necessidade de uma linha de visão direta entre a fonte de luz e o receptor limita a mobilidade dos usuários.
Além disso, a infraestrutura de iluminação atual precisa de adaptação ou substituir para lâmpadas LED compatíveis com LiFi, o que pode representar um investimento significativo.
O futuro da tecnologia é promissor, com pesquisas em andamento para superar esses obstáculos e aprimorar sua viabilidade comercial. À medida que o LiFi evolui, é provável que vejamos sua implementação aumentar, servindo como alternativa ou complemento ao WiFi tradicional.
O LiFi representa um avanço empolgante rumo a um futuro com conectividade mais rápida, segura e eficiente. Com o progresso contínuo da tecnologia, ele tem o potencial de revolucionar a forma como acessamos e compartilhamos informações no mundo digital.
Fonte: Adrenaline