
A justificativa da empresa, segundo participantes do encontro, é que o Brasil é mais dependente das importações no caso do diesel do que no da gasolina. O percentual de aumento ainda depende da conclusão de cálculos que estão sendo feito pela Petrobras. Procurada, a empresa não comentou.
Em outra frente, a partir de 1º de fevereiro o consumidor verá os preços mais altos nos postos, pois a alíquota do ICMS subirá em todo o país. No caso da gasolina, será uma alta de 7,1%, passando de R$ 1,3721 para R$ 1,4700 por litro. Já no diesel, o aumento será de 5,3%, de R$ 1,0635 para R$ 1,1200 por litro.
A alta não poderia vir em pior momento para o Palácio do Planalto. O preço elevado dos alimentos foi um dos fatores para a queda de cinco pontos na aprovação da gestão petista na pesquisa Genial/Quaest divulgada na segunda-feira, de 52% para 47%, ficando pela primeira vez atrás do percentual dos que reprovam a atual gestão, que somam 49%.
Impacto em 2026
Na visão de integrantes do governo, a alta nos combustíveis poderá acentuar essa rejeição, uma vez que tem impacto no preço dos transportes e, consequentemente, dos alimentos. Além disso, qualquer reajuste no diesel atinge diretamente os caminhoneiros, categoria que já demonstrou resistência ao presidente em outros momentos.
Interlocutores do Palácio do Planalto dizem que, apesar de Lula estar preocupado com a alta da inflação, a orientação dada à Petrobras é “fazer o que tiver que ser feito” e que a decisão sobre eventual reajuste dos combustíveis seja técnica. A preocupação do presidente, segundo auxiliares, é que represar a alta agora pode ter consequências futuras, em especial em 2026, ano eleitoral.
Na Petrobras, a leitura do encontro com o Planalto foi que Lula não deu indicação, apenas quer ser informado.
O Globo