Maduro manda prender jornalista depois de matéria sobre roubos


Maduro manda prender jornalista depois de matéria sobre roubos

Um tribunal de Caracas ordenou a prisão da jornalista do Impacto Venezuela, Nakary Mena, e de seu marido, Gianni González, relata a organização Espaço Público. A detenção ocorreu em 10 de abril, sob as acusações de “instigação ao ódio” e “publicação de notícias falsas”. O casal estava desaparecido havia mais de 70 horas.

Mena sumiu na tarde de 8 de abril, depois de ter finalizado reportagem perto da Plaza Venezuela, em Caracas. O tema era o aumento de roubos na cidade. Depois de ter finalizado a apuração, ela informou que estava indo para casa.
 

A jornalista foi levada para o Instituto Nacional de Orientação Feminina (INOF), em Los Teques, Estado de Miranda. González está detido no Internado Judicial Rodeo II, também em Miranda. As informações foram divulgadas pelo Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP).

“Exigimos que as autoridades cessem a perseguição aos trabalhadores da imprensa, assim como o impacto direto em seus familiares, e garantam o direito à liberdade de expressão de todas as pessoas”, declarou a Espaço Público, no texto que que denuncia a prisão.

Nakary Mena fez reportagem para o Impacto Venezuela | Foto: Reprodução/Instagram

“Da mesma forma, reiteramos nossa preocupação com o agravamento da liberdade de imprensa no país e insistimos que o Estado conceda liberdade plena aos 13 jornalistas que se encontram detidos de forma arbitrária por razões políticas.”

O paradeiro de Nakary Mena, até a informação de que ela e o marido haviam sido presos, era desconhecido por sua família. Os familiares temiam a ligação entre seu desaparecimento e a atividade jornalística. Mena e González estavam juntos no momento da prisão. Eles têm uma filha de cinco anos, conforme noticiou o Crónica Uno.

Objetivo da ditadura de Maduro

A busca pela jornalista mobilizou os parentes, que registraram o desaparecimento junto ao Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminais (CICPC).

Eles procuraram respostas nas sedes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) na Plaza Venezuela e El Helicoide (prédio público utilizado como prisão), ambas sem sucesso, segundo o SNTP.

Um dia antes, Michel Caballero, jornalista do portal governista Venezuela News, havia criticado a reportagem de Mena, ao classificá-la como “delicada” e acusar o Impacto Venezuela de “lançar matrizes (de opinião) sem ter fontes nem dados”.

Segundo a Espaço Público, está ocorrendo no país a falta de transparência no acesso a informações e dados oficiais.

O objetivo da ditadura de Nicolás Maduro, com isso, é ocultar a realidade e obstruir o trabalho de jornalistas, que sofrem perseguições, ameaças e prisões arbitrárias por divulgarem informações contrárias aos interesses do governo.

A Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da CIDH, diante disso, também apelou ao Estado venezuelano para garantir os direitos humanos de Nakary Mena e evitar retaliações por sua atuação profissional.

Eugenio Goussinsky / Revista Oeste

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