O clima, segundo Said, também tem papel importante. Chuvas intensas nas
últimas semanas fizeram larvas do mosquito transmissor, o Aedes aegypti,
eclodirem. Além disso, temperaturas mais altas criam condições
favoráveis ao inseto.
“Enquanto não esfriar para valer, os casos vão
continuar”, diz Regiane de Paula, do Centro de Vigilância Epidemiológica
da Secretaria da Saúde de São Paulo. O fenômeno climático El Niño,
segundo ela, está fazendo com que o frio demore mais a entrar este ano
no Sudeste.
Até o último dia 15, só quatro das 645 cidades paulistas
não notificaram casos. Mais grave é o quadro de Bauru, com 19,7 mil
infectados e 21 óbitos.
Em Tupã, onde o surto levou à cassação do
prefeito (leia abaixo), o autônomo Valdecir Freitas, a mulher e o filho
de 13 anos foram infectados. “Mantenho tudo limpo, mas tem terrenos
baldios com lixo. Pagamos pelo descuido de outros”, reclama.
Com a
expectativa de inverno tardio e curto, cresce a necessidade de manter
ações contra criadouros de Aedes. Segundo o ministério, mais de 80% dos
mosquitos vêm de áreas residenciais. Outras cidades mantiveram no outono
o uso do inseticida (fumacê). A estratégia, para matar o Aedes adulto, é
considerada menos eficaz que eliminar a água parada, que evita o
nascimento do transmissor.
O ministério diz ter 300 mil litros de
inseticida vencidos e que, segundo informações preliminares recebidas
esta semana, não estão adequados para uso. Segundo Said, as amostras
desse produto foram encaminhadas a um laboratório credenciado, mas as
respostas recebidas esta semana não foram favoráveis ao uso do produto.
Tão
logo apareceram os primeiros sintomas, a ex-senadora Marina Silva
(Rede) procurou um hospital em Brasília. As dores fortes pelo corpo e na
cabeça ajudaram a antecipar o diagnóstico confirmado mais tarde por
exame: dengue. Na capital do País, onde as ocorrências aumentaram mais
de 1.200%, o governo espalhou seis postos temporários em áreas de maior
incidência. Lá, são aplicados testes e há assistência prestada por
médicos, enfermeiros e técnicos.
Infectada pela segunda vez por
dengue, Marina ficou três dias internada na última semana. No Twitter,
lembrou ser “mais uma entre milhares”. Segundo a assessoria de imprensa
da ex-senadora, ela passa bem.
A nova infecção, como ocorreu com
Marina, traz risco ainda maior. “A disposição sucessiva ao vírus e uma
segunda infecção podem ocasionar manifestações mais graves e até óbito”,
alerta Said, do ministério.
O Departamento Médico da Câmara dos
Deputados atendeu 88 pacientes com suspeita de dengue entre 1° de abril e
29 de maio deste ano. Sob a alegação de sigilo médico, o departamento
não distingue quantos são servidores ou parlamentares, nem divulga nomes
dos pacientes. Por causa da alta incidência de casos na capital
federal, o governo local adotou como estratégia espalhar seis postos
temporários em áreas de maior incidência. A assistência é prestada por
médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem.
Epidemia foi motivo para cassar prefeito
O
surto de dengue este ano custou até o cargo do prefeito de Tupã (SP),
José Ricardo Raymundo (PV). Ele foi cassado pela Câmara dos Vereadores
na última semana, acusado de omissão no combate à doença, após denúncia
aberta por um munícipe. Na cidade de 76 mil habitantes, houve 4.118
casos e seis mortes.
Raymundo, que aguarda análise de recurso, diz
que o afastamento é uma retaliação política e afirma ter feito ações
preventivas. Para o especialista em Direito Administrativo Márcio Leme, a
Justiça tende a reverter cassações do tipo, com motivo frágil, e
respeitar o mandato eletivo.
Em dezembro, o ex-prefeito de Aguaí
(SP) Sebastião Biazzo foi condenado por improbidade administrativa pela
Justiça por suposta omissão no combate à dengue entre 2014 e 2015. Ele
aguarda análise de recurso pelo Superior Tribunal de Justiça.
Cuidados e riscos
Prevenção
A
maioria dos focos de Aedes está em casas. É importante evitar acúmulo
de água em garrafas, vasos, calhas, lajes e piscinas, onde ele coloca
ovos.
Condições
A permanência de chuvas e temperaturas
mais altas favorece a reprodução do mosquito e leva à necessidade de
ficar atento aos criadouros mesmo após o verão.
Sintomas
Dores
no corpo e de cabeça, cansaço, febre alta e manchas na pele são comuns
entre os infectados. Em casos mais graves, pode haver sangramento por
nariz ou boca, além de vômito contínuo.
Outras doenças
O Aedes também transmite os vírus da zika e da chikungunya, cujos sintomas podem se confundir com os sinais da dengue.
Reproduzido por Blog Tv Web Sertão
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