Permanecerá pública também a Indústria de Material Bélico do Brasil, que
fabrica e vende produtos de defesa e segurança para clientes como
Forças Armadas, polícias e clientes privados.
Contribuíram para a
decisão nessa área as diferenças de visão entre militares e equipe
econômica sobre as privatizações. As divergências começaram a aparecer
já na época da transição de governo, no fim do ano passado.
Representantes
do time do ministro da Economia, Paulo Guedes, já falavam que, por
eles, seriam colocadas à venda todas as estatais -- mas que
representantes das Forças Armadas eram contrários.
A diferença já foi
exposta por Guedes. "Os nossos militares olham para algumas delas
[estatais] com carinho, como filhos, porque foram eles que as criaram.
Mas eu digo 'olha que seus filhos fugiram e hoje estão drogados'",
afirmou em evento sobre privatizações em fevereiro.
A resistência é
observada também em outras pastas. Desde o começo do ano, representantes
da equipe econômica têm feito reuniões com diferentes ministérios com o
objetivo de checar a viabilidade das privatizações.
Encontram
resistências dos titulares. Bolsonaro também já se posicionou de forma
contrária à venda daquelas consideradas estratégicas para o país.
Também
será mantida a Embrapa (de pesquisa agropecuária), ligada à
Agricultura. A interpretação é que companhias como essa geram um valor
que não é apenas medido pelo lucro ou prejuízo.
Há um conjunto de
outras empresas consideradas no governo importantes para executar ações
ligadas a políticas públicas e que, por isso, serão mantidas neste
momento.
Estão nesse universo empresas ligadas a hospitais, como a
Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), o Hospital de
Clínicas de Porto Alegre e o Grupo Hospitalar Conceição. A CPRM
(Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), vinculada ao Ministério de
Minas e Energia, também segue estatal.
Procurada, a Secretaria de
Desestatização e Desinvestimento informou em nota que a Constituição
determina que a exploração direta de atividade econômica pelo Estado "só
será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo".
"Neste sentido, a manutenção de empresas estatais pela União só se dará se esses critérios forem observados", afirma o texto.
Hoje,
são 134 empresas estatais, sendo que as 18 dependentes do Tesouro
demandam cerca de R$ 20 bilhões ao ano. O secretário especial de
Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim
Mattar, defendeu ao tomar posse que estava desenvolvendo um programa com
o objetivo de se desfazer de tudo.
"Estamos apenas no pré-projeto de
um programa para desestatizar tudo. O Estado não deve competir com a
iniciativa privada", disse. Há três meses, Guedes deu declarações
semelhantes ao dizer que, "no final, vai a [privatização da] Petrobras
também, vai o Banco do Brasil". "Tem que ir tudo", defendeu.
A
intenção do ministro é vender as empresas para reduzir o endividamento
público. Hoje, o valor das estatais corresponde a 27% da dívida líquida
do setor público. Em 2010, a relação chegava a 60%.
O governo ainda
estuda o destino de outras empresas. É o caso dos Correios, que já teve a
análise sobre a venda liberada por Bolsonaro.
Segundo representantes
da equipe econômica, há diferentes compradores potencialmente
interessados, principalmente pela capilaridade da companhia no
território brasileiro.
Outras estatais podem ter um fim diferente da
venda, como a EBC (Empresa Brasil de Comunicação). Recentemente, o
presidente da República afirmou em entrevista que ela será extinta.
Empresas salvas da privatização
Ligadas à Defesa
Amazul (Amazônia Azul Tecnologias de Defesa)
Emgepron (Empresa Gerencial de Projetos Navais)
Imbel (Indústria de Material Bélico do Brasil)
Ligadas à pesquisa
Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária)
CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais)
Ligadas a hospitais
Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares)
HCPA (Hospital de Clínicas de Porto Alegre)
GHC (Grupo Hospitalar Conceição)
Via: Folhapress
Reproduzido por Blog Tv Web Sertão
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