Síndrome de Guillain-Barré no Brasil
No início do mês de dezembro, o governo reconheceu que existe uma relação entre a infecção pelo vírus zika e a Síndrome de Guillain-Barré, alteração que atinge os nervos periféricos causando sintomas como fraqueza e paralisia por dias, semanas ou meses.
Enquanto o Ministério da Saúde reconhece que houve um aumento no número de casos da doença no Brasil, mas que não há números exatos a respeito - uma vez que a síndrome não deve ser necessariamente notificada aos órgãos responsáveis -, o jornal Folha de S. Paulo realizou um levantamento junto às Secretarias de Saúde para ter uma ideia de como anda a progressão daSGB.
Enquanto Bahia (156 casos) e Pernambuco (127) encabeçam a lista com as maiores quantidades de suspeitas, outros estados também mostram aumento nos registros. Ainda de acordo com a Folha de S. Paulo, no estado do Rio de Janeiro há 4 casos suspeitos
O que é a Síndrome de Guillain-Barré?
Antônio Cézar Galvão explica que a Síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma alteração que atinge os nervos periféricos do corpo e natureza autoimune que pode ser desencadeada por vírus. Entre os agentes virais relacionado à SGB, estão o vírus da dengue, o herpes zoster, o HIV, o Epstein-Barr, o citomegalovírus e, de relação mais recentemente confirmada, o zika vírus. Algumas bactérias, como a campylobacter, também podem estar relacionadas à síndrome.
Causas
Geralmente os sintomas da síndrome aparecem depois de uma infecção, um episódio gripal ou diarreia, por exemplo. O mecanismo da doença é autoimune: o corpo produz anticorpos que passam a atacar a bainha de mielina – uma espécie de capa que envolve o neurônio e permite a adequada transmissão dos impulsos nervosos.
Sintomas
De acordo com o especialista, o principal sintoma da doença é a fraqueza muscular. A característica costuma aparecer inicialmente nas pernas e pode se espalhar para tronco, braços, face e mesmo para os músculos respiratórios, cuja ineficiência indica a necessidade de cuidado intensivo, com uso de aparelhos para que o paciente consiga respirar. Também pode haver dor e formigamentos.
Existem diferentes graus de fraqueza e, enquanto alguns pacientes podem ter a força diminuída apenas nas pernas e ainda serem capazes de caminhar sem auxílio, em outros casos a doença é mais severa e a recuperação mais lenta. (Por Bolsa de Mulher - Redação)