Se Dilma for para o 2º turno o risco da derrota é real; os protestos pelo Brasil apontam grande insatisfação


Se Dilma for para o 2º turno o risco da derrota é real; os protestos pelo Brasil apontam grande insatisfação

Depois de um longo período sem se manifestar sobre marketing político, o publicitário Duda Mendonça voltou a falar. Absolvido no processo do mensalão e com seus bens liberados pela Justiça, ele falou com exclusividade ao "Poder e Política", programa daFolha e do UOL, sobre cenários para 2014.

Para Duda, a presidente Dilma Rousseff é a favorita para se reeleger no ano que vem. Mas e se houver segundo turno? "Eu acho um risco para a Dilma". Do seu jeito, ele explica: "Para quem está hoje com 70% de popularidade, não faz sentido não ganhar no primeiro turno. Significa que tem alguma coisa que está mexendo aí". Ele se refere à taxa da aprovação pessoal da presidente em algumas pesquisas. No Datafolha, a administração dilmista é aprovada por 57%.

Duda enxerga como "risco maior" para Dilma na corrida presidencial o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Por quê? "Ele é realmente novo. Ele é a surpresa. O Aécio [Neves] já tem muito tempo aí. A Marina [Silva] também. Já não são novidades".

Folha/UOL - Como está a sua saúde?
Duda Mendonça - Está bem. Atravessei momentos delicados. Tive um problema no olho. Meu médico achou que devia fazer uma ligeira intervenção de laser. Um olho está já bem direitinho, limpinho. O outro, não. Há tempos eu fiz [a operação a] laser para deixar de ter óculos. Ele [o médico] fez um olho para longe e um olho para perto. Eu tenho um olho para [ver de] longe e um olho para perto. Funciona maravilhosamente bem. Há 13 anos que não uso óculos nem para longe nem para perto. Tudo funciona bem. Agora, começou a dar irritação. Um tipo de vermelhão. E aí, ele [o médico] resolveu fazer uma ligeira intervenção.

Há alguns anos, houve um problema no coração mais sério?
Muito grave. Não cheguei a ter um infarto. Mas, com as agonias todas desses últimos tempos, seis, cinco anos atrás, fui parar no Sírio [Hospital Sírio Libanês, em São Paulo]. Não cheguei a ter infarto, mas acabei botando duas pontes de safena e duas mamárias.

E nunca mais teve problema no coração?
Graças a Deus, não. Não cheguei a ter infarto. Deus me ajudou, passou. De lá para cá, tenho estado muito bem.

Qual é a sua leitura sobre essas manifestações de rua nos grandes centros, sobretudo em São Paulo, contra o aumento da passagem de ônibus?
Isso é a democracia. As pessoas têm o direito de se manifestar contra aquilo que acham errado, contra aquilo que incomoda. Contra aquilo que bate no bolso, sobretudo. Agora, é lógico que sempre no período de eleição essas coisas ganham uma dimensão...

Mas a eleição não é só no ano que vem?
Não. A eleição está na rua. É só você ler os jornais. Pega a Folha para você ver. A eleição está na rua. Ainda mais quando tem uma eleição de presidente por trás. Acelera a eleição de governador, acelera a eleição de deputado. Então, o calor está na rua.

Essas manifestações têm algum cunho eleitoral?
Não estou dizendo que tem um cunho eleitoral. Estou dizendo que, exatamente neste momento, um aumento na passagem de ônibus atinge bem o povão. O que acontece? Aí, cabe ao governador, o ao prefeito, aquele que aprovou a lei ou que foi colocar a medida em lei fazer um estudo que ele [o aumento nas passagens] vale a pena. É importante fazer aquilo? Vai atingir a população mais pobre. Vale? Essa é a única maneira? Eu não sou governador. Nunca fui prefeito. Eu não sei. Mas eles sabem o que vai acontecer. Às vezes, é necessário, é a única forma. Se começa com a inflação, ele [o governador, prefeito etc.] entra com essa medida.
Agora, ele deve estar esperando ou deve dar explicações para a população que convençam que é a única forma. Veja, é assim: a eleição é uma coisa que mexe muito com o país. Mexe muito com as pessoas pobres. Mistura tudo. É uma emoção só.

O Brasil é hoje melhor do que há 10 ou 20 anos. Mas às vezes a população fica insatisfeita e prefere mudar. É esse é o caso do Brasil?
É difícil dizer isso. Mas essa é uma tendência natural no mundo inteiro. É como um técnico de futebol. Depois de um tempo, você se acostuma com as vitórias e quer ter sempre. Na hora que tem uma derrota, o pau quebra. Depois de quatro anos, depois de oito anos, as pessoas se habituam com as conquistas. Querem outras. Na hora que elas sentem que qualquer coisa mexeu, elas esquecem um pouco tudo de bom que elas ganharam. Querem mais.

No plano nacional, o PT governa há 10 anos. Em São Paulo, o PSDB governa há 20 anos. Há uma fórmula sobre como se dá a fadiga de material na política?
Não tem essa fórmula. Se existisse, era muita responsabilidade para quem lida com isso. Acontece que as pessoas querem mais. E querem, às vezes, atitudes mais jovens. Querem reviravoltas mais importantes.

Ninguém pode deixar de dizer que o Brasil melhorou muito nos últimos anos. Mas, essa melhora as pessoas assimilaram e querem mais. Elas estão esperando que isso aconteça.

As pessoas sabem diferenciar o que foi a melhora por conta dos 8 anos de Lula e o que foi a deste de período de dois anos e meio da presidente Dilma?

Acho que nesse caso é uma coisa que dá seguimento à outra -com outro estilo de governar. Os governos da presidente Dilma e do presidente Lula foram uma sequência. E isso tem vantagens. Não há uma interrupção.
Só que o eleitor hoje está muito mais sábio. Muito mais experiente, muito mais maduro.
Dê um exemplo.

Ah, ele [o eleitor] percebe tudo. Bobo é achar que o eleitor é bobo. Na televisão, antigamente, quem batia no outro, eles [os eleitores] aceitavam tudo. Depois descobriam que aquele que batia, que criticava, que levantava críticas, ele era pior. Era pior do que quem estava sendo acusado.
Ele [o eleitor] entendeu que a televisão não é o espaço para bater nem para agredir ninguém. É um espaço para se falar de planos, de progresso.

Mas isso sempre foi assim...
...Não. Nas primeiras eleições diretas, quando a televisão foi usada, as vitórias, quase todas, foram feitas à base de acusação, na base de crítica, na base de denúncias que depois da eleição, às vezes, acabavam não sendo reais.
Como é que a eleição funciona na cabeça das pessoas? A mudança grande é que, antigamente, o formador de opinião era o jornalista, era a imprensa, eram os artistas. Hoje, a pirâmide se inverteu.
Leia na íntegra a entrevista de Fernando Rodrigues da Folha de São Paulo.

BLOG TV WEB SERTÃO
A MELHOR SELEÇÃO DE NOTÍCIAS!

As matérias e os textos que não são de nossa autoria, nem sempre expressam, necessariamente, a opinião, o pensamento ou orientação ideológica da Web Sertão.

SOBRE FONTE E AUTORIA DAS INFORMAÇÕES

Boa parte das matérias que são de interesse publico acabam viralizando nos meios de comunicação sem a devida fonte e autoria do conteúdo. Em caso de ausência ou divergências relacionada aos créditos de alguma informação aqui republicada, texto ou imagem, pedimos que entre em contato com a nossa redação pelo - (87) 98821-5232 - para ratificações.

CLIQUE NOS BANNERS PARA ACESSAR AS LOJAS DE VEÍCULOS