Caseiro após soltura de ex-patrão acusado de ajudar Lázaro: “Não sei o que se passa na mente dele”.


Caseiro após soltura de ex-patrão acusado de ajudar Lázaro: “Não sei o que se passa na mente dele”.

Quase três semanas após a morte de Lázaro Barbosa, o caseiro Alain Reis Santana, de 33 anos, ainda está desempregado e tem vivido com ajuda de doações. Nessa sexta-feira (16/7), a Justiça revogou a prisão preventiva do chacareiro Elmi Caetano Evangelista, de 73 anos, ex-patrão de Alain que fora acusado de ajudar Lázaro a fugir da polícia. O caseiro, no entanto, diz que não quer voltar ao antigo emprego e busca novas oportunidades.
Em 24 de junho, Alain foi detido junto com o patrão, Elmi Caetano, suspeito de ajudar a esconder o assassino. Porém, a Justiça liberou o caseiro após audiência de custódia no dia seguinte. A juíza Luciana Oliveira de Almeida Maia da Silveira entendeu que, no caso de Alain, os indícios de autoria eram “frágeis, principalmente porque a relação com o outro autuado é de patrão-empregado”.
Casado e com cinco filhos para sustentar, ele diz procura trabalho em diferentes áreas. “Eu já fui lavador de carro, trabalhei com animais, trabalhei em fazenda, em plantação, já fui ajudante de mecânico. Estou fazendo umas diariazinhas, mas preciso de emprego”, disse. “Já tem mais de 15 dias que estou desempregado, então estou me mantendo com doações”, acrescentou Alain.
“Eu ainda estou morando perto dele [Elmi], em Girassol (GO), mas não quero voltar para lá, porque também não sei como está a mente dele depois de tudo, o que ele passou nesses dias”, afirmou. “Eu não tinha certeza se ele estava ajudando [Lázaro], eu tinha uma desconfiança. Mas, aqui fora, ele era gente boa, me ajudava. Só que agora não sei como está a cabeça dele. Agora, busco outro emprego”, completou.
Emprego na fazenda de Elmi
Alain Reis começou a trabalhar na fazenda de Elmi Caetano dois dias após a chacina que vitimou a família Vidal, no Incra 9, em Ceilândia, no dia 9 de junho. No dia 18 de junho, uma sexta-feira, ele viu Lázaro pela primeira vez na propriedade. Depois disso, encontrou com o criminoso mais duas vezes, nos dias 23 e 24.
Na data em que Lázaro foi morto, 28 de junho, Alain conversou com o Metrópoles e relembrou de momentos daqueles dias. “Na sexta, era por volta de 18h30, quando eu peguei uma bacia para colocar a lavagem dos porcos para cozinhar. Quando cheguei na porta dos fundos da casa, o vi no canto da parede, com uma espingarda e um carregador de celular. Ele me viu e saiu andando em direção córrego. Na hora, eu fiquei meio em duvida se era ele”, disse, à época.“Já na quarta (23/6), eu tive certeza. Porque eu estava arrumando o galinheiro e ele chegou, bateu nas minhas costas e falou que se eu dissesse algo, ele iria me pegar e pegar a minha família, porque sabia onde eu morava, sabia que eu vivia nos fundos da casa do pai dele. E realmente eu morava lá, então fiquei com muito medo”, completou Alain.
Segundo ele, foi a partir de então que começou a desconfiar que o fazendeiro poderia estar dando abrigo ao maníaco. “Eu desconfiava, mas não tinha certeza”, afirmou. “Ele [Elmi] já tinha falado que não queria policiais nem imprensa na fazenda. Dizia que queria privacidade”, acrescentou.
O caseiro Alain Reis de Santana e o fazendeiro Elmi Caetano Evangelista foram presos acusados de ajudar Lázaro a fugir
Após ter a prisão preventiva revogada pela Justiça, o chacareiro Elmi Caetano vai usar tornozeleira eletrônica. Em decisão proferida nessa sexta-feira (16/7), a juíza Luciana Oliveira de Almeida Maia da Silveira, da Comarca de Cocalzinho de Goiás, determinou a substituição da prisão por medidas cautelares, e solicitou a instalação da tornozeleira no prazo de cinco dias.
Agora, o fazendeiro será monitorado e terá seguintes restrições:
Proibição de ausentar-se de sua residência no período de 19h às 6h;
Proibição de pernoitar fora da comarca de residência (Águas Lindas de Goiás), sem prévia e específica autorização judicial.
“O réu está preso preventivamente desde 25 de junho de 2021, por força de decisão proferida por este juízo na audiência de custódia, porquanto, naquela oportunidade, vislumbrou-se a necessidade de garantir a ordem pública, em razão da gravidade concreta dos fatos em tese praticados. No entanto, no presente momento, tenho que não persiste o perigo gerado pelo estado de liberdade”, disse a juíza.
“Como bem ponderou a defesa, finda a investigação, foi constatada a inaptidão das armas de fogo apreendidas (fls. 230/238 do processo principal). Ademais, houve a captura e morte de Lázaro Barbosa de Sousa, situação que elidiu a preocupação de outrora quanto à realização de novos atos de colaboração de Elmi com aquele criminoso e, portanto, o risco de sua liberdade à ordem pública”, acrescentou a magistrada.
Luciana Oliveira também pontuou que, em relação à suspeita de que as armas e munições seriam objeto também de receptação, mencionada no parecer do Ministério Público, “a mera probabilidade, desacompanhada da demonstração dos indícios de autoria, não é suficiente para respaldar, no bojo da ação penal em tela, a prolongamento da medida extrema da segregação cautelar”. “Sem prejuízo, é claro, da possibilidade de nova decretação, em sendo trazidos novos elementos de informação”, declarou.
“Assim, com a devida vênia ao órgão ministerial e sem menosprezar a alta reprovabilidade dos fatos imputados ao denunciado, forçoso reconhecer que a prisão deve ser substituída por medida mais branda, especialmente por se tratar de réu idoso, com residência fixa, ocupação lícita e sem outras passagens pela seara criminal. Ainda há nos autos documentos que indicam certa fragilidade na saúde de Elmi, o que deve ser sopesado, considerando que ainda persiste a pandemia do coronavírus”, ressaltou a juíza.

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