Algumas espécies são capazes de migrar por cerca de quatro mil quilômetros

Uma lenda urbana diz que as borboletas vivem apenas um dia. Será que essa afirmação tem algum fundamento? Na verdade, o tempo de vida desses insetos varia bastante.
Tempo de vida das borboletas:
Essa crença a respeito do tempo de vida supostamente curto possivelmente está relacionado com alguns tipos de mariposas, insetos da mesma família da borboleta (ambos pertencem a um grupo chamado Lepidoptera). De fato, em algumas espécies de mariposa as fêmeas adultas vivem até menos do que 24 horas. Elas saem do casulo, copulam, põem seus ovos e morrem, tudo no espaço de um único dia.

Mas as borboletas costumam viver mais. Tanto elas quanto as mariposas apresentam quatro fases distintas em seu desenvolvimento: ovo, larva, crisálida e fase adulta. Depois de adultas, elas podem viver entre duas semanas e alguns meses, dependendo da espécie.
A espécie que vive mais tempo é a da borboleta flambeau (Dryas Julia), chegando a atingir até seis meses de longevidade. Um dos motivos dessa vida longa é sua dieta alimentar rica em proteínas e sais minerais. Esta espécie tem o seu aparelho bucal que lhe permite comer pólen das flores (proteínas), diferente das outras borboletas.

Outra espécie que apresenta um ciclo de vida mais longo é a borboleta coruja (Caligo eurilochus brasiliensis). Esta espécie é a maior do Brasil, com até 17 cm de envergadura, ou seja, de ponta a ponta das asas. Suas fases de ovo, lagarta e pupa duram cerca de três meses e meio. O tempo de vida de um inseto adulto pode chegar a mais de três meses.
As borboletas-monarca (Danaus plexippus) também são muito interessantes. Essa espécie é nativa da América do Norte, chegando a povoar parte da Europa e da Oceania. Enquanto a maioria dos insetos hiberna no inverno, as monarcas são as únicas borboletas conhecidas que migram como pássaros. Ao fugir do inverno, elas podem viajar por até quatro mil quilômetros. A jornada supera o tempo de vida do inseto, que é de aproximadamente dois meses: o ciclo de ida e volta é realizado por até quatro gerações do inseto.