Ontem, ela registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti contra o médico. A família afirma que a vendedora saiu da sala de parto com o rosto branco, e acredita que tratava de sêmen que pode ser de Giovanni. Nesta terça-feira, ela resolveu quebrar o silêncio e mostrar o rosto. Ela acredita que com isso outras pessoas virão a público e denunciarão o médico.
— Eu estava grávida de gêmeos. Entrei em trabalho de parto por volta das 17h. Lá eles me disseram que eu estava em trabalho de parto e não viria mais embora. Como os bebês eram prematuros, me deram um remédio. Às 23h, o médico viu que o bebê estava coroando. O meu primeiro filho nasceu normal e foi bem tranquilo. Quando era para o segundo bebê nascer, eles disseram que não tinha condições de ele nascer de parto normal e teria que ser cesária. Eles disseram que a gente corria risco de vida — conta a mulher, que completa:
— Fui levada para uma outra sala, e os funcionários ficaram desesperados. Pelo tempo de demora, eles ligaram para o anestesia, esse monstro, para que ele viesse me dar a anestesia. Isso já era mais de 1h do dia 6. Eu fiquei sentido dor e eles disseram que o bebê não nasceria. Ele veio, me deu uma RAC na coluna e um remédio no braço. Em seguida, comecei a sentir muito sono. Ele sempre atrás da minha cabeça, com o pano, e eles tentando achar a criança. Ninguém achava a criança. Eles me cortaram de todas as formas — conta ela.
Segundo a vendedora, ela chegou a dizer para Giovanni que estava com muito sono e perguntou se era normal.
— Eu não queria dormir. Queria ver o meu bebê nascer. Queria saber se ele nasceria vivo ou morto. Mas ele disse que eu poderia dormir, ficar calma que era assim mesmo e que eu poderia ficar tranquila. Eu não queria dormir. Infelizmente, eu vi meu filho sair da barriga e não cheguei a pegá-lo no colo. Eu não pude pegar meu filho no colo antes de ele falecer. Só acordei horas depois sem saber o que tinha acontecido. Não tive o privilégio de pegar o meu bebê antes de ele falecer. Eu não sei o rosto do meu filho. Só conheço o meu filho por foto. Eu estava dopada por esse mostro — conta chorando a vendedora.
— Ele estava me acalmando. Ele dizia que estava tudo bem. Eu tentei me controlar ao máximo para ver o meu filho. Eu lembro de tudo do primeiro parto. Ele me ajudava e chegou até impedir meu esposo de acompanhar. Esse médico mandou meu marido sair do centro cirúrgico.
Rosto sujo depois da cirurgia
Foi a mãe da vendedora, uma cabeleireira de 45 anos, que percebeu algo estranho no rosto da vendedora. Ela chegou a pedir que a irmã da jovem passasse um lenço umedecido para limpar a sujeira. Depois de ver a prisão de Giovanni, ela diz que a filha também foi vítima.
— Eu percebi, quando ela veio para o quarto, que estava com algumas cascas, eu não sabia o que era. O rosto da minha filha estava colando e brilhando. Na testa. Perguntei para minha outra filha o que era e se ela estava suja. Até pensei que fosse um medicamento que eles tinham colocado no rosto dela. A minha filha estava toda mole, sonolenta. A irmã a limpou. Eu estava focada nas crianças — conta a cabeleireira, que completa:
— A minha filha estava tão dopada que, no dia seguinte, não podia comer. Esse cara disse que era tudo normal. Ele é um criminoso.
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A vendedora afirma que a dosagem de anestésico que recebeu foi tão forte que sentiu "um sono absurdo":
— Eu não estava ali para dormir. A dosagem foi tão forte que eu senti um sono absurdo e eu não consegui me controlar. Eu não sei o que ele fez comigo. Mas a minha família diz que eu estava com o rosto branco. Ele pode ter feito algo comigo e eu não sei. E para piorar: no dia seguinte ele foi até a sala onde eu estava, perguntou se eu estava bem, ficou falando comigo e ainda me aplicou uma injeção.
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Um empreiteiro de 39 anos conta que chegou a assistir ao parto do primeiro filho. Mas teria sido impedido por Giovanni de participar da cesariana do segundo bebê. Ele ressalta que deixou a sala de parto por achar que seria um procedimento normal.
— Teve o parto normal. O médico disse que o segundo seria cesariana. Eu fui para uma sala colocar uma roupa. Entrei na metade da cesariana. Fiquei apenas dois minutos. O anestesista me mandou sair. Ele não alegou nada. Só consegui ver meu filho na sala de incubadora. Não sabia o que estava acontecendo. Não briguei porque achei que era um procedimento normal. Eles estavam muito nervosos porque não achavam a criança. Mas horas depois soube que a minha esposa estava com alguma coisa branca no rosto — relata ele.
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Segundo o empreiteiro, nesta segunda-feira viu o médico na televisão e perguntou à esposa se era ele quem havia dado a anestesia nela.
—
Falei: "olha lá, não é o Giovanni?". No dia após a cirurgia, ele ainda
me aconselhou a processar o hospital porque não poderia fazer uma
cirurgia sem uma ultrassonografia. Essa é uma sensação de revolta. Você
coloca sua esposa num hospital achando que é seguro e não é. Só estamos
aqui para que outras pessoas o denunciem. Eu estou revoltado. Você nunca
imagina que sua esposa será estuprada numa mesa de cirurgia. Ele é um
monstro.