Os neurônios que nos deixam indispostos quando estamos doentes


Os neurônios que nos deixam indispostos quando estamos doentes

Nós tendemos a comer, beber e nos mover menos quando estamos doentes. Isso não é uma causa direta de uma infecção, mas da resposta imune de nosso organismo. Agora, pesquisadores da Universidade Rockefeller, nos Estados Unidos, identificaram o grupo de neurônios que controlam essas respostas, conhecidas como comportamentos de doença.

As descobertas, publicadas na revista científica Nature, ligam diretamente a inflamação às vias neurais que regulam o comportamento, oferecendo informações sobre como o sistema imunológico interage com o cérebro.

“Ainda estamos nos primeiros dias de tentar entender o papel do cérebro na infecção”, diz Jeffrey M. Friedman, professor na universidade. “Mas com esses resultados, agora temos uma oportunidade única de perguntar: como é o seu cérebro quando você está doente?”

Comportamentos de doença demonstraram desempenhar um papel importante na recuperação de um animal vítima de uma infecção. Estudos anteriores reforçam essa teoria, concluindo que os animais forçados a comer quando estão doentes apresentaram um aumento significativo da mortalidade. “Essas mudanças comportamentais durante a infecção são realmente importantes para a sobrevivência”, diz o autor Anoj Ilanges e ex-aluno no laboratório de Friedman

Mas nunca ficou claro como o cérebro coordena esse desejo quase universal de recusar refeições e se enrolar debaixo das cobertas com o início da infecção. Então, Friedman e Ilanges começaram a mapear as regiões do cérebro por trás dos comportamentos de doença em camundongos.

A equipe começou a provocar respostas imunes aos roedores. Logo após, houve um pico de atividade em uma região do tronco cerebral conhecida como complexo vagal dorsal, onde uma população específica de células no tronco cerebral induziram potencialmente três comportamentos de doença. Para confirmar que tinham encontrado as células cerebrais certas, os pesquisadores ativaram esses neurônios em camundongos saudáveis ​​e descobriram que os animais comiam, bebiam e se moviam menos. Em contraste, quando os neurônios foram desativados, esses comportamentos foram significativamente reduzidos.

“Não sabíamos se o mesmo ou diferentes neurônios regulavam cada um desses comportamentos”, diz Friedman. “Achamos surpreendente que uma única população neuronal pareça regular cada um desses componentes da resposta à doença”.

Os autores, no entanto, não ficaram totalmente surpresos com o fato de essa região do tronco cerebral estar envolvida na mediação de comportamentos de doença. O complexo vagal dorsal é uma das poucas e preciosas encruzilhadas fisiológicas do sistema nervoso central, onde a ausência de uma barreira que protege o sistema nervoso permite que os fatores circulantes no sangue passem informações diretamente para o cérebro. “Esta região surgiu como uma espécie de centro de alerta para o cérebro, transmitindo informações sobre substâncias aversivas ou nocivas que, na maioria das vezes, reduzem a ingestão de alimentos”, diz Friedman.

Nos próximos meses, a equipe de Friedman pretende incorporar essas descobertas em seu objetivo geral de entender os sinais fisiológicos e os circuitos neurais que regulam o comportamento alimentar. Enquanto isso, Ilanges planeja investigar qual o papel de outras regiões do cérebro em resposta a infecções, expandindo nosso conhecimento sobre o papel do cérebro durante esse processo crítico.

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