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A carne desse lagarto é amassada em um pilão junto com ervas, como a arnica. Segundo a tradição, essa pasta tem propriedades curativas e é aplicada em cima de feridas ou doenças de pele.
O governo boliviano permite o seu uso por povos tradicionais desde que o lagarto seja capturado na região em que essas pessoas vivem e o método de produção da pomada faça parte da tradição pré-colonial.
O problema é que o jararanko está na lista boliviana de animais ameaçados de extinção. Como muitos outros animais, esse lagarto é muito sensível às mudanças ambientais e o desenvolvimento da atividade mineradora tem impactado o seu habitat, reduzindo a oferta de alimento.
O uso da pomada de jaranko
Essa é uma notícia ruim para os povos que usam a pasta de jararanko. Essas pessoas não recorrem ao remédio só porque acreditam que ele seja superior à medicina tradicional. Elas também o fazem porque ele é a única saída para tratar suas feridas. Encontrar uma farmácia em algumas regiões do interior da Bolívia é uma missão impossível.
Ao mesmo tempo, os médicos não recomendam o uso da pomada. Ela é feita com a carne crua do animal e isso pode contribuir para infecções, piorando o caso do paciente.
Além disso, estudos já foram feitos sobre o tema e não foram encontradas evidências de que exista nesse animal alguma substância que poderia tratar feridas ou mesmo aliviar dores.
Pomada de jararanko pode ser encontrada no mercado negro
Jararanko. (Fonte: Reprodução: Eduardo Franco Berton)
Ainda que não exista comprovação científica que respalde o uso do lagarto na criação de remédios, moradores do interior da Bolívia têm relatado o crescente interesse de estrangeiros pelo animal.
Em entrevista à National Geographic, pessoas disseram que lagartos são capturados aos montes, até encherem tambores, e enviados para fora do país. Em feiras populares dentro da Bolívia é possível ver a venda de jararankos ocorrer livremente, ainda que não seja permitida.
Isso mostra que a popularidade do animal vai muito além das aldeias isoladas. O povo boliviano acredita que esse animal pode mesmo salvar uma vida — e essa fé gera críticas ao parlamento boliviano, que proibiu que os animais fossem usados por cidadãos que morem em centros urbanos, longe de comunidades tradicionais indígenas.
Mesmo pessoas com acesso a hospitais podem ter o hábito de procurar curandeiros que prescrevem a pomada de jararanko. É algo cultural, para além da objetividade da medicina.
Polícia tem tentado inibir o uso
Apreensões de pomadas de jararanko são feitas constantemente, desde que a nova lei boliviana entrou
em vigor. Quando são capturados vivos, os animais são levados a
refúgios da vida selvagem, onde são reabilitados e podem voltar à
natureza para que, com um pouco de sorte, não virem pomada. (Mega Curioso)