Ossos de 2,5 mil anos revelam passado de punições físicas na China


Ossos de 2,5 mil anos revelam passado de punições físicas na China

Infelizmente, a história da humanidade é marcada por alguns períodos bem sombrios onde coisas que hoje são inimagináveis foram uma realidade. Essas coisas podem ser descobertas pelo trabalho dos arqueólogos. Como, por exemplo, a descoberta de dois esqueletos com membros amputados do mesmo jeito. Esses ossos dão a entender que as amputações foram feitas como forma de punições físicas.

Esses ossos que sofreram essas punições físicas datam de mais de dois mil anos, período que coincide com a Dinastia Zhou Oriental da China. Quem fez esse estudo foi a paleoantropóloga Qian Wang e sua equipe da Universidade do Texas A&M, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores encontraram os ossos durante uma escavação em um local perto de Sanmenxia, uma cidade na província de Henan, na China. Eles datam de entre 2.300 a 2.500 anos atrás, época em que os líderes da Dinastia Zhou governavam algumas partes da China.
 

Ossos e punições físicas
Dentre as punições físicas vistas nos ossos de um dos esqueletos, provavelmente de um homem, era possível observar que ele estava sem o pé esquerdo e a perna esquerda, que media oito centímetros, estando um quinto da parte inferior mais curta do que a direita.

O outro esqueleto, que também é mais provável ser de um homem, tinha também sua perna direita com o mesmo comprimento de osso cortado, mas não de uma maneira bruta.

Nos dois esqueletos estão faltando nos membros um tanto de centímetros parecidos que foram cortados com uma diferença de somente alguns centímetros entre si.

“Esta descoberta, junto com algumas descobertas anteriores, corrobora com registros históricos escritos de leis e punições [utilizadas durante a Dinastia Zhou Oriental]”, disse Wang.

Somente pelos ossos não é possível saber qual era a acusação feita contra esses dois homens. Contudo, segundo Wang, tendo como base os documentos históricos, um desses homens pode ter tido uma punição mais severa do que o outro porque a amputação da perna direita era feita somente quando os delitos eram mais graves. “A amputação punitiva de ambos os pés era reservada para crimes ainda mais graves”, ressaltou Wang.

Análises
De acordo com a teoria dos pesquisadores, os ossos são uma evidência de punições físicas e de amputações feitas com habilidade, mesmo que tenham sido usadas como forma de punição, tinham um cuidado para que as pessoas se recuperassem depois.

O mais provável é que os dois homens tenham sobrevivido durante anos. Isso porque os ossos das pernas deles tinham sinais de cicatrização. “Como a amputação por pena não era um fenômeno incomum, eles podem ter retornado à vida social normal e ter sido enterrados de maneira adequada após a morte”, explicou Wang.

Ainda conforme o estudo, é provável que esses homens tivessem um status social alto, porque a reabilitação foi permitida. Além disso, os esqueletos foram descobertos em um caixão de duas camadas que estavam enterrados na direção norte-sul, coisa que era reservada para os membros da classe alta. Já no caso dos plebeus, seus túmulos eram menores e enterrados na zona leste a oeste.

Nos túmulos desses homens e em seus ossos foram vistos isótopos, o que sugere que eles tinham uma dieta rica em proteína. Então, por conta da época, isso quer dizer que o mais provável é que eles fossem aristocratas, mas funcionários de baixo calão.

“Esses casos enriquecem nossa compreensão das leis penais e suas implementações, capacidades de cuidados médicos e as atitudes benevolentes gerais em relação àqueles que foram punidos pela lei a partir dos contextos sociais e arqueológicos da antiga China”, finalizou Wang.
Fonte: Galileu

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