Bastidores das rifas fraudulentas: como influenciadores manipulam resultados para enriquecer com sorteios nas redes sociais


Bastidores das rifas fraudulentas: como influenciadores manipulam resultados para enriquecer com sorteios nas redes sociais

Sorteios eram uma fachada: prêmios iam para comparsas e movimentavam milhões com aparência de legalidade

O universo das rifas online, que se popularizou nas redes sociais com promessas de prêmios de alto valor por centavos, esconde uma estrutura criminosa sofisticada. Investigada pela Polícia Civil na Bahia, a organização desmantelada na operação “Falsas Promessas 2” usava a aparência de legalidade para esconder um esquema milionário de manipulação de sorteios.

A prática era simples na superfície, mas complexa nos bastidores. Os “rifeiros” — como são chamados os influenciadores que promovem rifas — anunciavam prêmios como carros de luxo, motocicletas, celulares e até viagens internacionais. A venda de números era feita por meio de sites, aplicativos e redes sociais, com pagamentos facilitados por PIX e carteiras digitais.

O que os milhares de participantes não sabiam era que, em muitos casos, os vencedores nunca existiam — ou eram cúmplices do esquema. A manipulação começava com o controle total sobre o sistema de sorteio. Em vez de uma extração pública e imparcial, os resultados eram forjados para beneficiar pessoas ligadas à própria organização. Essas “vitórias” encenadas geravam vídeos com supostos ganhadores comemorando, o que aumentava a credibilidade da fraude e atraía mais participantes para as rifas seguintes.
Outra tática usada era a entrega simbólica do prêmio: veículos e bens de alto valor eram apresentados como entregues a ganhadores, mas nunca saíam de posse dos envolvidos. Em muitos casos, o mesmo prêmio era utilizado diversas vezes para novas rifas, reaparecendo em diferentes sorteios como “novo prêmio”.

Por trás dessa vitrine digital, uma engrenagem de empresas de fachada e “laranjas” servia para disfarçar a origem do dinheiro arrecadado. Valores movimentados chegavam à casa dos milhões, sendo posteriormente lavados por meio de contas bancárias de terceiros, investimentos em imóveis e ostentação nas redes sociais.

Os influenciadores envolvidos sustentavam uma vida de luxo, com exibição constante de viagens, carros importados e mansões — tudo financiado pelo esquema. A falsa imagem de sucesso atraía ainda mais seguidores, que viam nas rifas uma chance de mudar de vida, quando na verdade estavam alimentando uma engrenagem criminosa.

A Polícia Civil identificou que policiais da ativa e ex-militares também participavam do esquema, oferecendo proteção aos envolvidos e, em alguns casos, atuando como operadores dos sorteios. Segundo os investigadores, o grupo funcionava como uma organização bem estruturada, com divisão clara de tarefas, desde a divulgação até a lavagem de dinheiro.

Com mais de R$ 680 milhões movimentados ilegalmente, o caso expõe uma realidade preocupante: a facilidade com que redes sociais podem ser usadas para mascarar atividades ilícitas e enganar milhares de pessoas. A investigação segue em andamento, e novas fases da operação não estão descartadas.
G1 via Pernambuco Notícias

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