
A proposta visa a investigar descontos irregulares aplicados diretamente nos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O
requerimento superou o número mínimo de assinaturas: são 223 deputados e
36 senadores assinantes. Para que a CPMI fosse protocolada, seriam
exigidas apenas 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.
Entre
os signatários estão parlamentares do PL, Novo, Progressistas, PRD,
Republicanos, Cidadania, PSDB, União, PSD, PSB, Avante, MDB, Podemos e
Solidariedade. Já PT, Psol, PV, PDT e Rede não aderiram.
Coronel Fernanda afirma que o objetivo é identificar como o esquema operava e quem se beneficiou.
“Estamos tratando de uma fraude com impacto direto sobre a Previdência”,
disse a parlamentar. “Há falhas no sistema e é preciso identificá-las.”
A
leitura do pedido depende de sessão conjunta do Congresso. A próxima
está prevista para o dia 27 de maio. Até lá, a oposição tenta ampliar o
apoio, principalmente entre líderes partidários.
A senadora Damares Alves acredita que novos nomes podem aderir. “Há um interesse evidente em esclarecer os fatos”, afirmou a parlamentar. “A população quer uma apuração transparente. Há um clamor social pelo envolvimento dos parlamentares nessa questão.”
Segundo a Polícia Federal, entre 2019 e 2024, aposentados e pensionistas sofreram descontos ilegais em seus benefícios. O prejuízo estimado é de R$ 6,3 bilhões. As fraudes se intensificaram a partir de 2023.
As fraudes no INSS movimentam o ambiente político em Brasília.
Recentemente,
a coluna No Ponto revelou que os pedidos de investigação causaram
preocupação em uma reunião entre líderes da base governista e a ministra
da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Vídeos
obtidos pela coluna mostram a ministra discutindo as possíveis
investigações. Gleisi, porém, não fala em apurar, punir nem corrigir
quem participou do esquema. A proposta é outra: organizar o que ela
mesma chamou de “disputa política” para blindar o Planalto. O que
importa, segundo a petista, é “explicar a fraude para a sociedade”.
Deborah Sena / Revista Oeste