A orientação é que, durante a consulta, os especialistas façam uma
investigação atenta e solicitem o exame apenas quando sinais e sintomas
exigirem. Pediatras e demais médicos devem ainda alertar os pais sobre
os riscos.
“Não são raros os casos em que os procedimentos decorrem
de um pedido da própria família”, lembrou Luciana, ao destacar ser
fundamental individualizar a situação de cada paciente, com bom senso
crítico e uma boa hipótese diagnóstica, antes de solicitar exames
complementares e, em muitas oportunidades, até discutir a possibilidade
com o radiologista.
Números
Dados do Sistema de
Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que
cerca de 350 milhões – 4% de todos os procedimentos médicos por imagem
nos últimos dez anos – foram realizados em crianças e adolescentes de
até 19 anos. Um ponto que chama a atenção, segundo a SBP, é que, embora o
tamanho dessa população tenha diminuído no período, o volume de exames
de diagnóstico por imagem aumentou em todo o país.
De acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2008 havia no
Brasil 67,9 milhões de crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, algo em
torno de 36% da população daquele ano. Já em 2017, o número passou para
63 milhões, baixando a representatividade do grupo pediátrico para 30%
da população brasileira. Ao comparar os dois números, a queda foi de 7%.
Apesar da mudança no perfil demográfico, no caso das tomografias
computadorizadas, o volume de exames realizados em pacientes com idade
até 19 anos dobrou nesse intervalo de tempo, passando de 225,4 mil em
2008 para 466,9 mil no ano passado. As maiores variações percentuais
foram observadas no Espírito Santo (aumento de 466%), no Rio de Janeiro
(420%), no Acre (351%), em Santa Catarina (249%), em Mato Grosso do Sul
(214%), no Amazonas (190%), em Alagoas (186%), no Paraná (167%), em
Goiás e no Tocantins (ambos com 143%).
Já as unidades da Federação
onde o aumento percentual foi menos significativo foram Paraíba (com
alta de 48%), Distrito Federal (47%), Ceará (25%), Minas Gerais (13%) e
Sergipe, onde não foi percebida mudança no número de exames realizados.
Em São Paulo, estado que responde pela maior produção desse tipo de
procedimento no país, o número cresceu 94%, saltando de 71.420 em 2008
para 138.838 em 2017.
“A SBP reconhece que uma parte dessa alta
produtividade pode ser consequência da ampliação no número de
equipamentos disponíveis para exames, em especial, nos estados menos
desenvolvidos ou onde a rede pública recebeu investimentos mais
consistentes na área. Contudo, argumentam os especialistas, o aumento
proporcional é muito maior do que o crescimento da infraestrutura
disponível, o que sugere a utilização dos procedimentos de modo não
racional.”
De acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde, atualmente existem 4.588 tomógrafos computadorizados em
funcionamento no Brasil. Destes, 2.007 (44%) estão disponíveis no SUS,
que atende a 160 milhões de brasileiros. No caso dos aparelhos de
raios-X, são 25.243 unidades, das quais 10.286 (41%) estão na rede
pública.
Os números mostram que a Região Sudeste, sozinha, concentra
40,5% dos tomógrafos computadorizados de todo o país. No caso dos
equipamentos de raios x, o percentual chega a 41%. Só o estado de São
Paulo concentra um quinto dos equipamentos de todo o país, com mais
tomógrafos computadorizados (392) e raios x (1.900) no SUS do que a soma
das regiões Norte e Centro-Oeste: 311 tomógrafos computadorizados e
1.775 raios x.
Calibragem
A médica radiologista Dolores
Bustelo, uma das organizadoras da campanha, alerta que falhas na
calibragem de equipamentos também constituem um problema frequente.
Segundo ela, estudos confirmam ser possível reduzir as doses de radiação
aplicadas durante os exames de tomografias computadorizadas, sem perder
a qualidade do resultado e nem interferência no diagnóstico.
Ainda
de acordo com a especialista, quando uma tomografia ou um exame de raio x
são estritamente necessários para uma criança, devem ser usados
aparelhos que permitam a sua adequação em função do peso do paciente e
da extensão da área a ser analisada. Se bem manuseados, é possível
reduzir significativamente a exposição à radiação.
Agência BrasilI
Reproduzido por Blog Tv Web Sertão
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