Foto/Estadão
Luiz Felipe Scolari segue fazendo testes no decorrer dos amistosos da Seleção Brasileira, em busca de uma formação ideal. Diante da Inglaterra, houve momentos de alegrias e outros de preocupação. O resultado não passou de um empate em 2 a 2 neste domingo (02), na reabertura oficial do Maracanã, com gols de Fred e Paulinho. Se o primeiro tempo deu mostras de qualidade, as falhas defensivas que, na volta dos vestiários, contribuíram para os gols de Rooney e Oxlade-Chamberlain deixaram ligado o sinal de alerta. O próximo compromisso da equipe, o último antes da Copa das Confederações, será no domingo que vem, em Porto Alegre, contra a França.
Brasil se solta, e Hart trabalha
O
mistério de Felipão em relação aos titulares tinha algum sentido.
Flilipe Luís, Luiz Gustavo e Hulk foram para campo, contrariando a
expectativa criada após os treinos abertos à imprensa ao longo da
semana. Algumas novidades também puderam ser observadas no
posicionamento do ataque brasileiro,
com Neymar atuando mais
centralizado, e Hulk caindo pela esquerda.
Pressionando
a saída de bola adversária, foi o Brasil quem chegou ao ataque em
melhores condições. Mas a equipe encontrou problemas para enfrentar a
forte marcação inglesa. O início da disputa ficou marcado pelo grande
número de faltas e pelo trabalho defensivo dos dois lados. Para empolgar
as arquibancadas, um chute de fora da área de Daniel Alves, aos 16
minutos, bastou. A bola passou muito perto da trave direita de Joe Hart.
Minutos depois, Daniel Alves cruzou para Neymar, que saiu cara a cara com Hart. O goleiro saiu bem para abafar a finalização. Os visitantes se atrapalhavam diante da leveza da joia brasileira, recentemente negociada com o Barcelona. Até
o momento, o English Team não havia finalizado uma vez sequer. Na
melhor chance, Rooney errou passe para Walcott em contragolpe perigoso.
Aos
20, Neymar recebeu de Fred pelo meio, se livrou de Carrick e disparou
com muito perigo, para fora. Mas Hart estava mesmo disposto a roubar a
cena. Após ótimo passe de Neymar, o goleiro evitou que a tentativas de
Hulk, primeiro, e Filipe Luís, em seguida, colocassem o time verde e
amarelo em vantagem. O confronto era basicamente um Brasil x Hart.
Apesar
da superioridade brasileira, os passes errados davam motivo para a
torcida desconfiar da Seleção. Hulk chegou a ouvir vaias quando tocava
na bola, bem como gritos pedindo a entrada de Lucas. O atacante ainda
perdeu uma chance incrível aos 35, ao tentar um toque de calcanhar e
fazer a bola rolar rente à trave.
O
técnico Roy Hodgson não demorou para promover a entrada de Ashley Cole
no lugar de Leighton Baines. Porém, só aos 39, numa falha da defesa
brasileira, os ingleses forçaram Júlio César a trabalhar. Encarregado de
proteger o lado esquerdo, Filipe Luís deu liberdade para Walcott, que
arriscou chute forte. Oscar esteve perto de alcançar lançamento de David Luiz, mas a bola parou nas mãos de Hart.
Inglaterra se aproveita de espaços, mas Paulinho garante o empate
As
mudanças de Felipão para a segunda etapa pareceram coerentes com o
cenário desenhado nos primeiros 45 minutos. Filipe Luís deu lugar a
Marcelo, enquanto Hernanes, mais ofensivo, entrou na vaga do pouco
exigido Luiz Gustavo. E Oscar passou a atuar mais centralizado, com
Neymar pela esquerda. A Inglaterra, com os mesmos jogadores, teve a bola
nos pés por mais tempo nos primeiros minutos.
Os
gritos do público se intensificaram com a entrada de Lucas. O escolhido
para deixar o time não foi Hulk, mas Oscar. Só que o torcedor mais
critico nem teve muito tempo para contestar a atitude de Felipão. Aos
12, Hernanes acertou o travessão, dando rebote para Fred completar como
um bom centroavante e colocar o Brasil à frente no placar.
Mas
acabou por aí a alegria verde e amarela. A pressão dos visitantes
aumentou. Milner tentou de longe, e Rooney cabeceou para fora, após
cruzamento na área. Até que Oxlade-Chamberlain, que havia entrado no
lugar de Johnson, aproveitou rápida troca de passes para chutar rasteiro
no canto esquerdo, sem dar qualquer chance para Júlio Cesar intervir.
O
golpe sofrido fez o comandante brasileiro retomar a característica do
primeiro tempo, com um volante marcador protegendo a zaga, Assim,
Fernando foi para campo no lugar de Hulk. Mas nada evitou que um dos
problemas crônicos da Seleção voltasse a aparecer. Livre de marcação,
Rooney avançou com a bola pelo lado esquerdo e acertou no ângulo. Virada
do time inglês.
Diante dos
problemas, coube a um volante "não-marcador" reverter o quadro. Discreto
na primeira etapa, Paulinho aproveitou cruzamento de Lucas para chutar
de voleio e subir ao patamar de destaque do jogo, ao lado de Fred, aos
36 minutos. Quem também deixou ótima impressão foi o goleiro Hart,
protagonista do primeiro tempo e responsável por defesas seguras no
momento em que o Brasil intensificou a pressão na reta final.
FICHA TÉCNICABRASIL 2X2 INGLATERRA
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Data/Hora: 2/6/2013, às 16h (de Brasília)
Árbitro: Wilson Roldán (COL))
Auxiliares: Eduardo Diaz (COL) e Wilson Berrios (COL)
Renda/Público: R$ 4.615.430,00/ 57.280 pagantes
Cartões amarelos: Hulk (BRA)
Cartões Vermelhos: Não houve
Gols: Fred, aos 11'/2ºT (1-0); Oxlade-Chamberlain, aos 21'/2ºT (1-1); Rooney, aos 33'/2ºT (1-2) e Paulinho, aos 36'/2ºT (2-2)
BRASIL: Julio Cesar, Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Filipe Luis (Marcelo - Intervalo); Luiz Gustavo (Hernanes - Intervalo), Paulinho (Bernard - 37'/2ºT) e Oscar (Lucas - 11'/2ºT); Hulk (Fernando - 27'/2ºT), Neymar e Fred (Leandro Damião - 34'/2ºT). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
INGLATERRA: Joe Hart; Glen Johnson (Oxlade-Chamberlain - 16'/2ºT), Jagielka, Cahill e Baines (Ashley Cole - 31'/1ºT); Carrick, Jones, Lampard, Milner e Walcott (Rodwell - 37'/2ºT); Rooney. Técnico: Roy Hodgson.